Investimento na produção de espécies autóctones “compensa”

Castanheiro, freixo, carvalho, cerejeira, nogueira e outras espécies autóctones são “a principal matéria-prima utilizada na fabricação de mobiliário, especialmente, de luxo”. Contudo, há “cada vez menos floresta autóctone” em Portugal. Designers e industriais elogiam as madeiras nobres e garantem que os clientes compram e que o investimento “compensa”.

Assinala-se hoje, 23 de Novembro, o Dia da Floresta Autóctone. As florestas são fonte de alimentos, matérias-primas, componentes para medicamentos e de uma ampla variedade de serviços ambientais, como a conservação da biodiversidade, o abastecimento de água, o sequestro de carbono, o controlo de inundações e a protecção contra a erosão do solo e a desertificação. São igualmente vitais na manutenção da estabilidade do clima global e do ambiente, assim como para a sobrevivência e o bem-estar das populações em todo o mundo.

Olhando para o 6.º Inventário Florestal Nacional (IFN6), o último publicado pelo ICNF — Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas e actualizado em Novembro de 2019, a floresta, que inclui terrenos arborizados e temporariamente desarborizados (superfícies cortadas, ardidas e em regeneração), é o principal uso do solo nacional (36%). E essa floresta é largamente constituída por espécies florestais autóctones (72%).

Os montados, sobreirais e azinhais são a principal ocupação florestal, com cerca de um milhão de hectares. Representam um terço da floresta nacional. Os sobreiros e azinheiras, que estão, aliás, protegidos pelo Decreto-Lei nº 169/2001, de 25 de Maio, representam, no seu conjunto, cerca de 37% da área florestal portuguesa. Já os carvalhos, por exemplo, que ocupam cerca de 4% da floresta em Portugal, não têm qualquer protecção legal, a exemplo de outras espécies autóctones.

Apesar dessa ausência de protecção legal, as espécies arbóreas autóctones – o castanheiro, o freixo, o carvalho, a cerejeira, a nogueira, o pinheiro-bravo, entre outras – constituem “a principal matéria-prima utilizada na fabricação de mobiliário em geral e, especialmente, o mobiliário de luxo”, explica o presidente da Associação Portuguesa das Indústrias da Madeira e do Mobiliário (AIMMP).

Alexandre Caldas, CEO da Aroundthetree, lamenta, “Não conseguirmos fabricar as nossas cadeiras com madeiras autóctones”. E aponta o dedo, dizendo que “Portugal não cuidou das suas florestas” de modo a assegurar “madeiras em condições” para “produzir mobiliário de qualidade”. DR

Utilização de madeiras nobres gera forte valorização

Ao PÚBLICO, Vítor Poças faz notar que, “pela sua textura, diversidade, características mecânicas e durabilidade”, as madeiras de espécies autóctones “são elementos fundamentais para a beleza, design e exclusividade das peças fabricadas, quer sejam totalmente fabricadas em madeira maciça, quer sejam em painéis revestidos com estas madeiras, como o castanheiro, a nogueira, a cerejeira, o carvalho

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