CELPA

A CELPA e a Cepi defendem um mercado de gás competitivo e com liquidez, para permitir a transição verde

A Comissão Europeia lançou um pacote legislativo centrado na descarbonização do mercado gás, no qual se enquadra o desafio de integrar gases renováveis ​​e de baixas emissões de carbono no mercado de gás existente. Trata-se de uma boa notícia para a indústria de pasta e papel. É uma indústria que já investe fortemente na produção e utilização de energia limpa e é, com uma participação de 62%, o maior produtor industrial e consumidor de energia renovável na Europa.

O pacote visa combater as barreiras regulatórias que se colocam ao desenvolvimento de um mercado de gases renováveis e com baixas emissões de carbono, incluindo a certificação de “novos gases” com estas caraterísticas. Biogás, biometano, metano sintético e hidrogénio são alternativas ao gás natural. O pacote apresentado aponta um caminho para a eliminação progressiva dessas barreiras até 2050.

A indústria de pasta e papel dá as boas-vindas aos planos para facilitar o acesso a todos os gases renováveis ​​e com baixas emissões de carbono a preços acessíveis, atendendo às suas necessidades energéticas. A curto prazo, o pacote deve facilitar a circulação do gás através de todas as fronteiras europeias, e evitar o oposto que é muitas vezes apontado como um fator para a atual crise energética. A criação de um mercado de gás competitivo e com elevados níveis de liquidez é crucial. Para o efeito, devem ser eliminadas as taxas atualmente impostas nas ligações transfronteiriças e a redução das taxas nos pontos de injeção na rede.

Para as fábricas de papel, pasta e reciclagem, o acesso às redes de distribuição existentes deve ser facilitado pela nova legislação. Isto dará um maior apoio ao setor, que, no âmbito do Green Deal da UE, está muito empenhado na promoção da sua descarbonização. Especificamente, os agentes da bioeconomia, como o setor da pasta e papel, têm um enorme potencial para produzir biogás localmente, facilitando a descarbonização na produção de calor, no uso de energia e na oferta de soluções a outros setores.

“Para uma indústria que oferece produtos renováveis ​​e reciclados, é essencial que a energia que alimenta os processos desta indústria seja cada vez mais limpa, o que irá permitir que se cumpra a promessa da bioeconomia. As empresas deste setor, na última década, têm investido de forma consistente na eficiência energética e na energia renovável, em níveis distintos de outros setores industriais na Europa”, refere Jori Ringman, Diretor Geral da Cepi. “Esta indústria, agindo progressivamente como consumidora e produtora de energia renovável, pode também ajudar outros setores, como o da mobilidade, o da habitação e outras indústrias, assim como a sociedade a descarbonizar.”


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