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Voto PS, não voto PAN – Manuel Alegre

Não compreendo como é possível o PS colocar-se na eventual dependência do PAN, partido que subverte o primado da pessoa humana e os fundamentos humanistas da nossa sociedade. Se tal acontecesse, votar PS seria como votar contra mim mesmo, contra o que gosto de fazer, como caçar e pescar.

O PS tornou-se um grande partido nacional ao preservar a sua autonomia política e estratégica quando, em 1974-75, derrotou os que pretendiam torná-lo satélite do vanguardismo político-militar. Dei a minha ajuda com o discurso que fiz no Congresso realizado em Dezembro de 74 na Aula Magna. Sob a liderança de Mário Soares, o PS conduziu então, em aliança com os militares do Grupo dos Nove, o combate pelo rumo democrático do 25 de Abril. Depois da institucionalização da democracia, a partir de certa altura, o PS ficou refém do chamado arco da governação, em que parecia condenado a ser uma espécie de ala esquerda do centro direita.

António Costa teve o mérito de acabar com os traumas resultantes do Verão quente e de pôr fim ao tabu do arco da governação. Também dei uma pequena ajuda com os discursos que fiz em 2015 nos comícios de Lisboa e de Coimbra e na carta que, após a declaração de Jerónimo de Sousa na noite das eleições, escrevi ao secretário-geral do PS. António Costa reabilitou a centralidade do Parlamento e formou um governo apoiado pelo PCP e pelo BE, a chamada “geringonça”, que repôs direitos e rendimentos e, sobretudo, fez renascer a esperança. Mas depois da primeira legislatura, alicerçada num acordo escrito exigido pelo Presidente Cavaco Silva, as coisas não correram tão bem. Para não pôr em causa a convergência, Costa declarou que […]

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