Um estudo do projeto Realizing Increased Photosynthetic Efficiency (RIPE) revelou que as colheitas que foram alvo de condições de seca ou temperaturas extremas durante as suas fases iniciais de crescimento e sobrevivem são mais capazes de lidar com essas mesmas condições mais tarde no seu ciclo de crescimento. Em comunicado, o projeto liderado pela Universidade de Illinois (EUA) explica que esta “memória” poderia ajudar a reduzir a perda de rendimento nesse ano e ajudar os investigadores a prevenir a perda de rendimento futura.
As plantações de milho e soja que tinham sido alvo de condições de seca no início da época conseguiram mitigar as perdas de uma seca no final da época até sete por cento.
“O que temos visto é que se a colheita sobreviver a uma seca precoce, devido a essa experiência, ela têm um melhor desempenho quando uma seca ocorre muito perto da colheita”, disse o investigador Peng Fu. “Pensamos que a colheita responde à seca e adapta-se a ela, por isso, quando volta a acontecer, as colheitas já estão planeadas para a seca e o impacto diminuiu.”
Ao contrário de outras investigações que ocorrem num ambiente altamente controlado, este comportamento tem sido observado em campos de milho e soja em Illinois, Indiana e Iowa. A ideia para a investigação surgiu para perceber qual seria o impacto das alterações climáticas no rendimento das colheitas. A RIPE, que é liderada pelo Universidade de Illinois, quer criar colheitas mais produtivas através da melhoria da fotossíntese.
O líder da RIPE, Carl Bernacchi, considera que “estes resultados sugerem que as tendências climáticas futuras para primaveras mais húmidas e verões mais secos podem piorar a produção de colheitas”. No entanto, “a evidência de que as colheitas podem usar uma seca precoce para se ‘prepararem’ para uma seca posterior sugere que podem existir oportunidades para alcançar um resultado semelhante através da reprodução.”
O potencial de criar uma resposta semelhante em plantas baseadas neste conhecimento é o próximo passo para este projeto de investigação. O estudo foi publicado na revista científica Food and Energy Security.