Cereais Primavera-Verão
O INE prevê que a produção global de milho, de regadio e de sequeiro, alcance 716 mil toneladas valor 5% acima do registado na última campanha e próximo da média do último quinquénio, numa campanha fortemente marcada pela subida dos preços dos meios de produção, cujo efeito foi atenuado pelo aumento das cotações internacionais desta commodity .
De referir que, os produtores conseguiram, na grande maioria, obter preços de venda significativamente superiores aos alcançados nas campanhas anteriores (+35%, face a novembro de 2020), atenuando o efeito do aumento dos preços dos meios de produção. Estima-se que a produtividade do milho de regadio poderá registar produtividades historicamente elevadas, um aumento de 5% no rendimento unitário, face a 2020, prevendo-se que alcance as 10,7 toneladas por hectare, ao nível dos mais elevados das últimas três décadas.
Na semana em análise prosseguiu a campanha de comercialização 2021-2022 de milho na área de mercado do Alentejo.
O milho forrageiro apresenta uma boa qualidade na área de mercado do Alentejo e como o pais é deficitário na produção nacional, a oferta (média) tende a ficar equilibrada devido às importações. Estima-se que as produtividades médias sejam boas e a área de milho seja superior à do ano anterior.
Esta semana as cotações de milho grão forrageiro variaram entre 235 €/t e 255 €/t, e a cotação mais frequente foi de 245 €/t.
Arroz
O INE prevê que a produção de arroz na campanha 2021-2022 alcance 173 mil toneladas, 7% acima da média do último quinquénio, correspondendo a um aumento de 30%, sobretudo devido ao aumento da área cultivada.
Verificou-se ainda, de forma transversal às principais regiões produtoras, a presença de infestantes e fungos nas searas de arroz, sendo previsível um impacto negativo no rendimento.
No Baixo Mondego, a produtividade alcançada foi inferior à da campanha anterior, sobretudo devido à falta de luminosidade e calor durante o verão, ao surgimento não controlado de piriculariose e ao elevado grau de infestação das searas por milhã.
No Ribatejo, os níveis de luminosidade foram superiores e, apesar da forte presença de infestantes, a produtividade média aumentou 30%. Em contrapartida, no Alentejo, o incremento de produção foi essencialmente suportado pelo aumento da área semeada, com a reutilização dos cerca de 3 mil hectares de canteiros no Vale do Sado que, devido a obras de requalificação na infraestrutura de regadio que os alimentava, não puderam ser explorados em 2020.
Estima-se que 86% do arroz semeado em Portugal em 2021 foi do tipo Longo A / subespécie Japónica e 10% do tipo Longo B / subespécie Indica.
Na semana em análise a campanha de comercialização de arroz prosseguiu nas áreas de mercado do Vale do Tejo e Sorraia e Vale do Sado e Mira.
Na área de mercado Vale do Sado e Mira, o arroz Longo A e Longo B apresentaram-se com boa qualidade, uma oferta e uma procura média e houve manutenção das cotações.
Na área de mercado Vale do Tejo e Sorraia verificou-se uma procura (alta) mais elevada que a oferta (média/ baixa) e ambas as espécies de arroz, Longo A e B, apresesentaram uma boa qualidade.
A cotação média de arroz Longo A foi de 338,1 €/t e as cotações mais frequentes variaram entre 330 €/t e 350 €/t. As cotações de arroz Longo B variaram entre 340 €/t e 360 €/t e a sua cotação média nacional foi de 345,89 €/t.
Cereais Importados
O saldo comercial e o saldo em volume do mercado do sector de cereais é negativo, ou seja, Portugal é um país importador de cereais e os principais portos de entrada são Lisboa, Aveiro e Leixões.
A Ucrânia, a França, a Espanha e o Brasil são os países origem das maiores importações de Portugal, quer em quantidade, quer em valor monetário.
As cotações de cereais importadas representam a média de preços do cereal descarregado ponderados pelo respectivo volume.