MERCADO EUROPEU
O mercado espanhol experimentou algo inédito: duas subidas consecutivas de uma milésima. Este movimento é inédito porque quando em determinada semana há uma subida de 1 milésima esta subida deve ser interepretada como sinal ao mercado que na semana seguinte haverá uma subida significativa do preço. No entanto, a circunstância de mercado (com o surgimento da PSA na Itália) tornou ainda menos claras as perspetivas para as próximas semanas e obrigou a bolsa espanhola a marcar passo por mais uma semana. De resto, os dados são de muito difícil leitura, se na semana passada os pesos ao abate baixaram 225 gramas, esta subida houve uma subida do peso médio de 435 gramas.
Também no resto da Europa as indicações são muito contraditórias. Na Alemanha a Tönnies e a Vion subiram os preços mas para encontrar a “meio caminho” o preço da produção que baixou na mesma medida. Dinamarca sofreu mais uma forte queda, pela segunda semana consecutiva. Portugal é a única bolsa com uma subida substantiva, mas ainda para tentar debelar o diferencial que apresenta para Espanha.
Em suma, se há duas semanas podíamos perspetivar que estava aí o ponto de inflexão, neste momento a retoma dos mercados perspetiva-se que seja a ritmo de caracol.
Vejamos então o que nos indicam as diversas Bolsas europeias para esta semana:
Analisando estes valores, segundo equivalências teóricas, teremos em euros/kg peso vivo para a semana 04/2022 (24/01 a 28/01): Espanha 1,02; França 1,12; Alemanha 0,93; Países Baixos 0,91; Bélgica 0,94; Dinamarca 0,97.
Tendência Geral:
A pandemia continua a ser o principal fator de instabilidade dos mercados, uma vez que impede que se façam balanços reais de aprovisionamento. Nem a Europa nem a China conseguem absorver os excessos de stock de carne pela volatilidade do consumo. A primavera pode trazer alguma estabilidade ao consumo, mas até lá quanto do efetivo suinícola já se perdeu na Europa?
A situação é dramática e precisa de uma alteração do paradigma social no quadro da pandemia o quanto antes!
Fonte: FPAS