O texto proposto pela Comissão Europeia para proibir na União Europeia (UE) a importação de produtos como soja, quando contribuem para a desflorestação, pode ser alargado a matérias-primas e ecossistemas ameaçados, indicou a França na sexta-feira.
o objetivo é alcançar um acordo entre os 27 Estados até junho.
Em meados de novembro, a Comissão apresentou um projeto de regulamentação eu proíbe a importação de soja, bife, óleo de palma, madeira, cacau e café, bem como a alguns produtos derivados (couro, móveis,…), se a sua produção ocorrer em terras desflorestadas depois de dezembro de 2020, responsabilizando as empresas importadoras.
O texto está agora a ser negociado entre os Estados membros, e depois passará para o Parlamento Europeu.
Reunidos em Amiens, no norte de França, na quinta e sexta-feira, os ministros do Ambiente europeus discutiriam o projeto pela primeira vez, que é considerado “uma prioridade” por Paris para a sua Presidência da UE, iniciada em janeiro.
Depois de várias organizações ambientalistas terem lamentado que o texto inicial não se aplicasse a alguns produtos, como a borracha, ou alguns ecossistemas ameaçados, como zonas húmidas ou savanas, os ministros admitem alargar o espetro de possibilidades.
A ministra da Transição Ecológica francesa, Barbara Pompili, disse à comunicação social que “várias propostas vão ser debatidas nas próximas semanas: a extensão do campo do regulamento a outros produtos de base, como a árvore da borracha, e a consideração do impacto destas produções em outros ecossistemas, além das florestas, frágeis e ricos em biodiversidade, como as pradarias e as zonas húmidas”, detalhou Barbara Pompili.
As medidas de controlo, baseadas em dados de geolocalização das culturas em causa, também devem ser negociadas.
O consumo europeu está na origem de 16% da desflorestação importada do mundo, o que faz da UE o segundo destruidor de florestas tropicais, depois da China, e à frente de EUA e Índia.