Milhares de pessoas estiveram hoje nas ruas de Madrid para participar num protesto convocado pela Associação para a Defesa do Mundo Rural (Alma Rural) contra as políticas que consideram prejudiciais para o setor agrícola.
Os manifestantes concentraram-se junto à sede do Ministério para a Transição Ecológica, em Madrid, onde foram lidos vários manifestos, antes de ser iniciado o desfile de quatro quilómetros até ao Ministério da Agricultura.
Os participantes, oriundos de todos os pontos de Espanha, exibiram cartazes em defesa da agricultura, da pecuária, pesca e caça e gritaram slogan como “Sim, sim, sim, o campo está aqui”.
Dezenas de tratores asturianos e um grupo de cavalos e bois seguiam à frente da manifestação, que entre outros objetivos, pretende defender os direitos do mundo rural, porque as suas atividades são “continuamente ameaçadas” por normas “incoerentes”, que desconsideram “a realidade do campo e da vida quotidiana”, segundo os organizadores.
A manifestação ocorreu numa altura em que políticos espanhóis estão em campanha antes de uma eleição antecipada em Castilla-Leon, uma vasta região a nordeste de Madrid, onde as propostas contra o despovoamento e as políticas agrícolas estão no centro das atenções.
Membros de partidos da oposição, desde centristas a apoiantes da extrema-direita, também estiveram presentes.
O dirigente do PP Antonio González Terol, afirmou, citado pela agência Efe, que o seu partido está com o setor “como sempre esteve”.
“Estamos a representar o mundo rural que está sufocado pelas políticas de Pedro Sánchez”, considerou, numa alusão ao primeiro-ministro socialista espanhol, salientando ainda que houve uma “má negociação” da Política Agrícola Comum (PAC), que significou um corte de 26% nos fundos para os agricultores e criadores de gado.
Houve também críticas a declarações do ministro do Consumo, Alberto Garzón, que numa entrevista recente criticou a qualidade da carne espanhola.