Sabia que as notas de euro contêm algodão geneticamente modificado? A incongruência da União Europeia relativamente ao uso da Biotecnologia é, no mínimo, estranha. A UE proibe os agricultores europeus de produzirem variedades trangénicas (exceção feita ao milho Bt), mas compra-as a outros países para fazer face às suas necessidades.
A União Européia mantém há anos uma dupla posição em relação às variedades transgénicas. Por um lado, impede o seu cultivo, por outro, aprova a importação de mais de 100 variedades geneticamente modificadas. Um dos exemplos mais notórios é o do algodão. A UE compra-o a países onde praticamente todo o algodão é transgénico e utiliza-o para fazer as notas de euro, conferindo-lhe assim maior durabilidade e maior dificuldade de falsificação.
Os agricultores europeus, claro, não entendem esta posição. As variedades são seguras se forem importadas, mas se forem cultivadas na UE deixam de ser seguras? A verdade é que a política da União Europeia relativamente à biotecnologia deixa os agricultores europeus numa situação frágil e não competitiva perante os agricultores de países fora da Europa, impedindo-os de aceder às mesmas ferramentas.
Para se ter uma ideia do que significa para o setor agrícola europeu não ter acesso a variedades como o algodão transgénico, vale a pena olhar para o caso da Índia. Desde que a cultura foi introduzida neste País em 2002, a Índia deixou de ser um importador de algodão para ser o segundo maior exportador de algodão do mundo. Com um aumento de produção de 70% desde 2002, o cultivo de algodão transgénico economizou 20 mil toneladas de agrotóxicos. A área cultivada com algodão aumentou 40% e a produção cresceu 57% em relação à obtida com sementes convencionais.
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O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.