A lagarta-do-cartucho é uma praga devastadora que já desenvolveu resistência a inseticidas e a variedades Bt. Um novo estudo publicado no BMC Biotechnology Journal mostra que a modificação genetica deste inseto é uma solução sustentável e eficaz para o controlar.
O estudo, revisto por pares e publicado recentemente no BMC Biotechnology Journal, descobriu que a tecnologia Friendly da Oxitec Ltd. pode reduzir as populações de lagarta-do-cartucho, oferecendo proteção a longo prazo contra a praga.
“Os nossos resultados oferecem uma nova e valiosa contribuição para futuros programas integrados de gestão de pragas como a lagarta-do-cartucho e outras que desenvolveram resistência a inseticidas, tendo-se tornado um grande desafio para os agricultores”, afirmam os autores.
A tecnologia Friendly funciona modificando geneticamente os insetos: é-lhes introduzido um gene que impede que os seus descendentes sobrevivam até à idade adulta. As lagartas-do-cartucho macho geneticamente modificadas são libertadas em áreas de infestação onde acasalam com fêmeas selvagens, reduzindo o número de descendentes femininos na geração seguinte e, dessa forma, reduzindo drasticamente a população. O gene introduzido é autolimitado.
Dois dos principais benefícios desta abordagem é que se dirige apenas as pragas problemáticas, não afetando os insetos não-alvo, e reduz o problema das pragas que desenvolvem resistência a inseticidas.
A Oxitec Ltd. tem usado a tecnologia Friendly em mosquitos para controlar dengue, zika e outras doenças no Brasil e atualmente está a realizar testes de campo nos Estados Unidos.
O Brasil aprovou o uso comercial da lagarta-do-cartucho geneticamente modificada, considerando-a segura para pessoas, animais e meio ambiente.
Mais informação em Alliance For Science.
O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.