Depois de identificar as substâncias amargas na chicória e na endívia belga, os investigadores conseguiram eliminá-las usando a técnica de edição de genes CRISPR/Cas9.
A chicória e a endívia belga têm um sabor caracteristicamente amargo, um aspeto que nem todos adoram, principalmente as crianças. No caso da endívia, embora seja um dos dez vegetais mais consumidos na Bélgica, a sua popularidade junto dos consumidores mais jovens tem diminuído, o que levou a uma redução na sua produção.
Se a chicória e as endívias fossem menos amargas, teriam mais procura. Foi esse o desafio que motivou a bioengenheira Charlotte De Bruyn, da VIB-UGENT (Center for Plant Systems Biology), na Bélgica, a procurar os genes responsáveis pelo sabor amargo das endívias e da chicória. Em colaboração com outros investigadores especialistas em substâncias que influenciam o sabor e em técnicas de melhoramento de plantas, Charlotte de Bruyn trabalhou com a planta-mãe da chicória Cichorium intybus e conseguiu identificar quatro genes responsáveis pelo sabor amargo, um dos quais era anteriormente desconhecido.
A cientista usou a técnica de edição de genes CRISPR/Cas9 para desligar os genes que controlam a produção dessas substâncias amargas em algumas células da plantas. Charlotte De Bruyn verificou que embora os genes ainda estejam presentes nas plantas, já não são expressos. Resultado: as plantas geneticamente editadas agora quase não produzem substâncias amargas. A primeira colheita de folhas das mudas será feita dentro de um ano.
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O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.