A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) reclamou hoje a adoção de medidas de apoio ao setor, face aos baixos preços, prejuízos e constrangimentos devido à seca, e marcou um protesto para o dia 24 de março em Braga.
“A situação grave do setor exige medidas urgentes. Por outras e melhores políticas agrorrurais, a CNA promove uma iniciativa de protesto em Braga, em 24 de março, por ocasião da abertura da Feira AGRO”, anunciou, em comunicado.
Os agricultores reclamam o escoamento dos produtos “a preços justos para a produção agrícola e floresta nacional”, o fim da subida do preço dos fatores de produção e a proibição de vendas “com prejuízo e a regulação e fiscalização da atividade comercial da grande distribuição”.
A CNA exigiu ainda a concretização do Estatuto da Agricultura Familiar e uma “mais justa e solidária” Política Agrícola Comum (PAC).
“Em defesa de uma vida digna para quem trabalha a terra para produzir alimentos, em defesa da produção nacional e da soberania alimentar do país”, vincou.
No documento, a CNA precisou ainda que os agricultores vendem os seus produtos a “preços baixíssimos”, enquanto a grande distribuição “fica com a fatia de leão do que os consumidores pagam”.
A isto somam-se os constrangimentos provocados pela pandemia e agora pela seca, que para a CNA ainda não teve “respostas eficazes” por parte do Governo.
“Não há pastagens e a água para rega escasseia, prejudicando o desenvolvimento das culturas. Os agricultores são forçados a comprar rações cada vez mais caras e a vender ao desbarato os seus animais. Há sementeiras, irremediavelmente, perdidas e o sustento dos agricultores ainda mais comprometido”, apontou.
Por sua vez, na pecuária, a situação é “muito preocupante”, com, por exemplo, os produtores de leite a venderem “com prejuízo e ao preço mais baixo da Europa”.
CNA faz 44 anos de vida e de luta em defesa da Agricultura Familiar