O Gana está a fazer uma consulta pública sobre o feijão frade resistente à broca da vagem. Enquanto isso, o regulador de biosegurança revê um pedido de aprovação desta variedade, a primeira geneticamente modificada no país.
Enquanto insta a população a submeter comentários, a Autoridade Nacional de Biossegurança (NBA) do Gana está a rever um pedido de aprovação do feijão frade resistente à broca da vagem, a primeira variedade geneticamente modificada (GM) do país. Se o pedido for bem-sucedido, também permitirá colocar no mercado ganês o feijão frade geneticamente modificado.
O pedido foi submetido à NBA por cientistas do governo do Savanna Agricultural Research Institute do Conselho de Investigação Científica e Industrial. De acordo com o documento, o feijão frade GM apresenta níveis muito elevados de resistência à broca da vagem, que é responsável por perdas de rendimento de até 80 por cento.
Em dezembro do ano passado, o diretor executivo da NBA, Eric Okoree afirmou numa entrevista à Alliance for Science que a consulta pública que está a decorrer visa garantir um processo transparente que permita aos cidadãos comuns terem uma palavra no processo de tomada de decisão. “Analisamos todas as informações, a avaliação de risco feita pela comissão técnica de avaliação, as considerações socioeconómicas e os comentários da população”, explicou.
Espera-se uma decisão final sobre o pedido até agosto de 2022. Se a NBA, que é uma agência do Ministério do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, aprovar o feijão-frade geneticamente modificado, ele terá que passar pelo mesmo processo que as sementes produzidas convencionalmente antes de estarem disponíveis comercialmente.
Rico em proteínas, o feijão frade é consumido por milhões de pessoas no Gana e noutros países africanos. O problema é a sua vulnerabilidade a uma praga conhecida como broca da vagem, induzindo os agricultores a fazer oito a doze pulverizações de pesticidas em apenas doze semanas, o ciclo de vida da cultura. Mas a variedade GM, que inclui um gene de uma bactéria chamada Bt – Bacillus thuringiensis, é resistente à praga. Testes de campo confinados mostraram que com esta variedade os agricultores podem reduzir as pulverizações para duas vezes por temporada e aumentar cinco vezes o seu rendimento.
O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.