O cultivo de arroz junto de animais aquáticos pode reduzir a necessidade de fertilizantes e pesticidas, assim como aumentar o rendimento agrícola, revela um estudo chinês publicado na revista científica eLife.
Durante os últimos 12 anos, segundo explicado em comunicado, o coprimeiro autor do estudo Liang Guo, da College of Life Sciences na Universidade de Zhejiang (China), e os seus colegas conduziram três experiências, cada uma com a duração de quatro anos, para comparar o crescimento do arroz ao lado de carpas, de caranguejo-peludo-chinês e tartarugas-de-casco-mole e o crescimento do arroz sozinho.
A equipa descobriu que os animais aquáticos reduziam as ervas aquáticas, aumentaram a decomposição da matéria orgânica e melhoraram o rendimento do arroz em comparação com o arroz que foi cultivado sozinho.
“Também notámos que os níveis de azoto no solo se mantiveram estáveis nos arrozais com animais aquáticos, reduzindo a necessidade de utilização de fertilizantes à base de azoto”, diz o outro coprimeiro autor do estudo, Lufeng Zhao.
A equipa também examinou como os animais se alimentaram nos arrozais. 16 a 50% da sua dieta era constituída por plantas e outros materiais que limparam, em vez da sua alimentação. Também descobriram que as plantas de arroz utilizavam cerca de 13 a 35% do azoto proveniente de restos de alimentos que não eram comidos pelos animais.
O cultivo de arroz com animais aquáticos resultou em rendimentos entre 8,7% e 12,1% superiores aos rendimentos do cultivo de apenas arroz. Adicionalmente, os agricultores puderam cultivar entre 0,5 e 2,5 toneladas de caranguejos, carpas ou tartarugas por hectare, juntamente com o seu arroz.
“Estes resultados melhoram a nossa compreensão dos papéis dos animais nos ecossistemas agrícolas e apoiam a opinião de que o cultivo ao lado dos animais tem uma série de benefícios”, conclui o investigador e coautor do estudo Xin Chen.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.