OGM | Como é que a agrobiotecnologia pode ajudar a manter a biodiversidade?

O uso da biotecnologia na agricultura pode ajudar a proteger a biodiversidade e conter a sua perda. Saiba como.

As principais causas da degradação da biodiversidade são a perda de habitats e espécies, espécies invasoras, sobreexploração, poluição e alterações climáticas. A conservação da biodiversidade tornou-se uma preocupação global que exige uma abordagem abrangente e integrada. Existem diferentes métodos e estratégias para conservar a biodiversidade e a biotecnologia pode desempenhar um papel importante.

Alguns métodos relacionados com a biotecnologia podem ser aplicados diretamente em espécies de interesse, por exemplo, através da criopreservação de células, tecidos, gametas, amostras de DNA, etc., uma gama de técnicas in vitro (cultura de tecidos, micropropagação e clonagem) e inseminação artificial. Outros métodos podem ser aplicados a ecossistemas inteiros para combater a poluição ou controlar espécies invasoras.

Após tantos anos de produção de variedades geneticamente modificadas (GM), existe uma ampla literatura científica que demonstra como os OGM tiveram impactos positivos na biodiversidade, como por exemplo:

  • Proteção da biodiversidade dos solos agrícolas: as variedades resistentes a pragas permitem reduzir a aplicação de inseticidas sintéticos, resultando numa maior biodiversidade de insetos.
  • Redução do uso de pesticidas: as variedades GM resistentes a pragas contribuíram significativamente para a redução de pulverizações de inseticidas em todo o mundo; estima-se que culturas resistentes a insetos contribuiram para a redução do uso global de pesticidas em 37%.
  • Redução dos níveis tóxicos no uso de herbicidas: muitas variedades GM contribuiram para a diminuição do uso de herbicidas com toxicidade aguda (de curto prazo) e crónica (longo prazo).
  • Diminuição das emissões de CO2: a adoção da tecnologia OGM no milho, soja e algodão reduziu a ocupação de terras agrícolas, economizando 0,15 Gt de emissões de GEE, o equivalente a aproximadamente um oitavo das emissões de automóveis nos EUA.
  • Redução da expansão da terra agrícola: a biotecnologia moderna pode ajudar a produzir mais com menos terra. Sem os ganhos de produtividade dos OGM durante os últimos anos, cerca de 25 milhões de hectares de terras agrícolas adicionais teriam que ser cultivados no mundo, a fim de manter os níveis atuais de produção agrícola.
  • Mitigação dos efeitos das alterações climáticas: as variedades de milho tolerantes à seca têm um desempenho mais eficaz do que as variedades convencionais em vários países da África Oriental e Austral. Além disso, as culturas GM foram propostas como uma parte importante de uma estratégia integrada para mitigar os efeitos das alterações climáticas, como a seca e os danos da lagarta-do-cartucho em África.

O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.


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