Agência da ONU para a alimentação e agricultura recordou a importância da Ucrânia e da Rússia para os abastecimentos de cereais, oleaginosas e fertilizantes. Sem estas duas protagonistas no mercado internacional, os preços vão continuar a subir.
No pior cenário, ou mais severo, os preços mundiais poderão subir este ano 21,5% no caso do trigo, 19,5% no milho, 20% para outros cereais de grãos (cevada, centeio, aveia, sorgo e painço) e 17,8% para oleaginosas (como colza e girassol, mas incluindo também o amendoim, que são base para os óleos vegetais), segundo as previsões da Organização para a Alimentação e a Agricultura das Nações Unidas (FAO, na sigla em inglês).
No médio prazo, ainda sob o prisma mais severo, o trigo poderá ter subidas de 19,4%, o milho de 13,9%, os outros grãos de 15,4% e as oleaginosas de 13,3%, devido à redução da oferta na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, conflito que se desenrola desde 24 de Fevereiro e que encerrou o Mar Negro ao comércio internacional, e das sanções económicas impostas desde aí.
Os dados foram resumidos esta sexta-feira pelo director-geral da organização e antigo vice-ministro da Agricultura da China, Qu Dongyu, na reunião extraordinária dos ministros da Agricultura do G7.
A FAO faz previsões em dois cenários (um mais moderado e outro mais severo) para o curto prazo (este ano) e médio (até 2026), salientando a organização que as estimativas resultam de modelo científico, mas que são, ainda assim, “preliminares e sujeitas a revisões contínuas”.
Para um cenário moderado, a redução nas exportações de cereais da Ucrânia e da Rússia levaria a “aumentos nos preços globais relativamente à linha de base, a curto prazo (2022)”, de 8,7% no trigo (10,3% no médio prazo); de 8,2% no milho (8,5% a médio prazo); de 9,6% para os outros grãos (9,1% a médio prazo); e de 10,5% para as oleaginosas (8,5% a médio prazo).
Para 26 países, Ucrânia e Rússia representam 50% do trigo importado
Qu Dongyu, que recordou que o índice de preços de alimentos medidos pela organização a que […]