Os preços dos fertilizantes atingiram novos recordes, após o abastecimento global ter sido afetado por fatores que variam desde a diminuição do fornecimento da Rússia e da Bielorrúsia, as disrupções na cadeia de abastecimento, a proibição da exportação da China e a greve canadiana da ferrovia.
Desde o início do ano que o preço de matérias-primas como o amoníaco, o nitrogénio, a ureia, os fosfatos, entre outros, aumentaram 30% e agora estão a níveis juperiores aos preços de 2008, nota a consultora de commodities CRU. Por exemplo, o preço da ureia Nola está num máximo de 34 anos, atingindo os 880 dólares por tonelada – em 2020 o preço era de 182. Desde a invasão russa à Ucrânia, os preços aumentaram 60%.
Em entrevista ao The Guardian, o diretor de fertilizante da empresa de troca de commodities StoneX, Josh Linville, declara que “é uma série de eventos que nunca vimos antes e continua a parecer que vai ficar pior do que melhor”. “É um novo território para todos os que já estiveram neste mercado”, declara ainda.
Para esta situação, nota-se, por exemplo, que a Rússia e a Bielorrússia são o segundo e terceiro maiores produtores de potassa – ingrediente importante em fertilizantes que contém nitrogénio -, após o Canadá.
Recorde-se ainda que, no ano passado, a China baniu a exportação de fertilizantes, até junho deste ano, para limitar o aumento dos preços domésticos da alimentação.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.