Um grupo de bombeiros da corporação de voluntários de Ponte da Barca está a angariar fundos para equipar os operacionais de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) que garantam a sua “segurança”.
“Os fatos de intervenção em incêndios urbanos e desencarceramento têm uma vida útil de três a cinco anos. Os nossos têm 10 e, alguns, ainda mais anos. Estão muito velhos e degradados. Quando entrarmos num incêndio urbano com estes fatos, a nossa segurança está comprometida”, afirmou Válter São Martinho.
Em declarações à agência Lusa, a propósito de um espetáculo de angariação de fundos, que vai decorrer no sábado, naquele concelho do distrito de Viana do Castelo, o bombeiro de segunda classe disse que a corporação tem “uma carência enorme de Equipamentos de Proteção Individual (EPI)”.
“Chegou-se a um ponto em que há falta de segurança porque os poucos fatos que temos estão em fim de vida. A maior parte deles estão muito velhos e desgastados”, sublinhou o bombeiro desde 2007, que trocou a corporação do concelho vizinho de Arcos de Valdevez e desde 2021 exerce funções em Ponte da Barca.
A “preocupação com a segurança” dos operacionais fez nascer a campanha “Unidos Pelas Fardas” que pretende juntar “entre 30 e 40 mil euros, mediante o preço dos fatos, cujo valor ronda os 1.200 euros cada, para comprar 40 novos fatos”.
“Demos as mãos uns aos outros. Começámos por ser oito bombeiros. Fomos crescendo. Passamos a 12, depois a 15 e, no dia do espetáculo, vamos envolvemos os 38 bombeiros da corporação e mais alguns voluntários que nos vão ajudar a realizar um evento com o maior profissionalismo possível”, afirmou Válter São João.
“Estamos conscientes da carência económica da corporação que, há pouco tempo, mudou para um novo quartel. Os gastos foram muito grandes. Os fundos comunitários não cobriram toda a obra e tivemos despesas muito grandes”, destacou.
Antes de partirem para o terreno para angariar donativos, o grupo de operacionais apresentou a ideia ao comando e à direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários.
“Acharam a ideia fantástica. Acharam que era um projeto arrojado, mas confiaram nos oito elementos que iniciaram a ideia. Desde há três meses que abdicámos dos nossos tempos livres para angariar donativos lugar a lugar, freguesia a freguesia, junto das 25 paróquias, juntas de freguesia, câmara municipal e de todas as empresa instaladas no concelho”, destacou.
No total já conseguiram juntar cerca de 10 mil euros, verba que integra quatro mil euros enviados da comunidade portuguesa no Canadá”.
“O nosso compromisso foi o de não dar despesa à casa”, frisou.
Para Válter São Martinho, “a parte mais bonita” do concerto do próximo sábado é “os oito artistas locais convidados não vão cobrar cachê e a produção do espetáculo também é a custo zero”.
O cartaz inclui Cristiana Sá, Tiago Maroto, Mike da Gaita, Delfim Júnior, Os Pegas, Daniel Sousa, Toka e Dança e os Gaiteiros de Bravães.