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Tempestades e secas devem prejudicar campanha agrícola moçambicana – relatório

A produção agrícola moçambicana deverá cair na atual campanha em relação a anos anteriores devido às condições meteorológicas adversas, de acordo com o último relatório da rede de vigilância humanitária.

“No geral, a produção nacional deverá ser inferior à do ano passado e ficar abaixo da média de cinco anos, após os múltiplos choques ao longo da campanha agrícola”, lê-se no documento da Rede de Alerta Antecipado de Fome (rede Fews, sigla inglesa) que auxilia operações humanitárias.

A maior parte do sul de Moçambique, incluindo partes das províncias de Sofala e Manica, “terá, provavelmente, colheitas bem abaixo da média devido a chuvas reduzidas e períodos de seca prolongados”, refere o relatório, que prevê o alastrar de situações de crise alimentar na região.

As áreas baixas das províncias de Nampula, Zambézia e Sofala também perderam colheitas devido às cheias, mas “a plantação após o período de inundações é possível se os agregados familiares tiverem acesso a sementes de ciclo curto”.

Espera-se que a próxima colheita esteja próxima da média “nas áreas de maior produção de Moçambique, incluindo o norte de Tete, os planaltos de Sofala, Manica e Zambézia, grande parte do Niassa, e o interior de Nampula e Cabo Delgado”.

Na zona costeira de Cabo Delgado permanece a crise alimentar provocada pela insurgência armada, que obrigou cerca de 800.000 pessoas procurarem outras paragens, enquanto nas zonas urbanas, apesar do levantamento de restrições associadas à covid-19, há dificuldades económicas por causa da subida de preço dos combustíveis.

A rede prevê ainda que o início da colheita “seja adiado por um mês na maior parte de Moçambique, exceto na província de Maputo, onde a colheita principal já começou”.

“O atraso na colheita provavelmente prolongará a época de escassez e impedirá que os preços dos alimentos caiam sazonalmente”, conclui.

Em Moçambique, mais de 2,9 milhões de pessoas enfrentam risco alimentar severo e a desnutrição grave afeta quase metade das crianças com menos de cinco anos de idade, segundo dados do Programa Alimentar Mundial (PAM).


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