A ANIL, Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios vê-se na absoluta necessidade de expor a situação de grande desespero que a indústria de lacticínios vive nesta altura, pela impossibilidade de conseguir repercutir nos seus preços de venda os importantes aumentos de
custos, de diversa natureza (matéria prima, embalagens, energias, entre outras).
A não transmissão destes aumentos de custos ao longo da cadeia não é sustentável. A curto prazo levará ou à falência de muitas empresas, com as evidentes consequências sociais para os seus trabalhadores e com real impacto no abastecimento de lacticínios nacionais ao mercado; ou ao retrocesso dos aumentos do preço do leite já realizado aos produtores, com consequências obviamente nefastas ao nível da produção de leite e à sobrevivência dos próprios produtores.
Esta circunstância continuada no tempo, denota uma total falta de respeito pelos esforços que a indústria está a fazer para manter a produção e a atividade da fileira do leite em Portugal. De modo geral, no continente e desde outubro de 2021, foram feitos aumentos de preço de aquisição de leite aos produtores, que totalizam já 9,5cts por litro, o que representa um aumento superior a 30%.
As cadeias de distribuição, nomeadamente a cadeia LIDL, não podem continuar a assistir passivamente ao previsto desaparecimento da produção nacional, não acompanhando o esforço já suportado pela indústria do aumento dos custos de produção.
Nesse sentido, e assumindo as suas responsabilidades enquanto atores últimos da fileira, terão que considerar a absoluta necessidade de subida de preços, particularmente ao nível das marcas de distribuição, traduzindo-o em valor aceitável pelo consumidor.
Não modificar de imediato esta política de desvalorização dos produtos lácteos, deixará a indústria de lacticínios nacional sem capacidade de fazer face aos seus compromissos de abastecimento do mercado nacional.