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Brasil regista recorde de exportações de agronegócio fruto do aumento dos preços

As exportações brasileiras do agronegócio registaram em março um recorde de 13,42 mil milhões de euro, um aumento de 29,4% em relação ao período homólogo de 2021, devido à subida dos preços.

De acordo com um comunicado oficial do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o “aumento foi motivado pela elevação de 27,6% nos preços dos produtos exportados pelo agronegócio”.

O volume exportado cresceu 1,4% em relação a março de 2021.

Na mesma nota, as autoridades brasileiras indicaram que “as exportações do agronegócio representaram 50% de todo o valor exportado pelo país em março de 2022, movimento alavancado pela alta recorde dos preços dos alimentos no cenário global”.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento acrescentou ainda que no primeiro trimestre do ano as exportações do agronegócio cifraram-se em 31,24 mil milhões de euros, mais 45% que no mesmo período do ano passado, e também um recorde.

Responsáveis brasileiros têm vindo a público afirmar que o Brasil, um dos maiores produtores mundiais de cereais, quer ocupar o espaço que a Ucrânia pode deixar no mercado internacional de milho e acredita que tem capacidade para isso, apesar dos muitos desafios que a sua produção ainda enfrenta.

A forte procura e a invasão russa da Ucrânia levaram os preços internacionais do milho ao maior patamar desde 2012, o que está a chamar a atenção dos exportadores brasileiros, segundo fontes do setor ouvidas pela agência espanhola Efe, no final do mês de março.

A Ucrânia e a Rússia juntas representam entre 16% e 18% do mercado mundial de exportação de milho.

Também no final de março, o presidente do Banco Central brasileiro, Roberto Campos Neto, disse que a guerra na Ucrânia pode gerar impactos “positivos” para o Brasil, especialmente nos setores mineiro e agrícola.

Campos Neto salientou que o novo cenário internacional, com a Rússia economicamente isolada pelas sanções e pelas apreensões do Ocidente em relação à China, pode “redesenhar” cadeias de valor globais, o que poderia abrir uma “oportunidade” para o país.

“O Brasil não entrou nas cadeias de valor globais durante grande parte do período de especialização e agora temos a oportunidade de estar muito mais presentes “, disse o chefe do organismo emissor do Brasil, num evento organizado pelo Tribunal de Contas e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.

“Há uma oportunidade secular para o Brasil, se estiver no lugar certo, com as políticas certas, entrar nas cadeias de valor globais”, acrescentou.


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