A Festa do Alvarinho e do Fumeiro (FAFM) regressou ao seu palco habitual e com excelentes resultados: mais de 50 mil pessoas passaram pelo evento que decorreu no passado fim de semana (dias 22, 23 e 24 de abril) em Melgaço e que, de acordo com os produtores, gerou um crescimento na faturação na ordem dos 40%, relativamente à FAFM de 2019, o último ano em que o evento decorreu nos moldes habituais. O caixa multibanco instalado no recinto da feira registou levantamentos de cerca de 55 mil euros. Nestes dias o alojamento no concelho esgotou e a afluência nos restaurantes locais foi elevada.
«Embora as espectativas fossem altas, havia sempre receio: era a primeira Festa do Alvarinho e do Fumeiro, nos moldes habituais, após o interregno de dois anos provocado pela pandemia COVID-19 e o primeiro evento sem a obrigatoriedade de utilização da máscara. Havia o risco de as pessoas ainda terem receio em participar, dada a dimensão e habitual afluência de pessoas, tal como os produtores no que respeita às quantidades de produção, mas foi uma das melhores Festas do Alvarinho e do Fumeiro de sempre.», atenta o autarca melgacense, Manoel Batista, realçando que o evento «superou todas as nossas expectativas. Registamos a maior enchente de sempre, ultrapassando os 50 mil visitantes esperados e os nossos produtores apontam para um crescimento na faturação na ordem dos 40%. Foi, de facto, um magnífico evento, com um enorme impacto económico para toda a região. Finalmente, voltamos ao nosso pleno, presencialmente, como merecemos. À nossa forma tradicional de fazer a Festa do Alvarinho. Uma palavra de agradecimento a todos os que tornaram possível este evento, especialmente a todos os produtores, pelo empenho e exigência na qualidade, uma característica que faz com que os produtos da nossa região sejam tão apreciados e falados em todo o país, mas também no mundo. É de louvar a sua capacidade para ultrapassar os dias desafiantes que vivemos desde 2020.».
A Festa do Alvarinho e do Fumeiro de Melgaço começou, em 1995, por se apresentar como uma mostra de produtos locais para as populações locais. Com o passar dos anos, e como os dados demonstram inequivocamente, tornou-se numa festa reconhecida a nível nacional. Em 2009 o Turismo de Portugal reconheceu o seu Interesse para o Turismo.
«Não podemos descurar a grande importância deste evento para toda a economia local que, há 27 anos, é impulsionada também através deste evento. Não há exemplo no Alto Minho, nomeadamente nesta fileira do vinho e dos produtos locais, de um certame que tenha o impacto que tem a Festa do Alvarinho e do Fumeiro na economia dos municípios laterais. Até nos vizinhos galegos há grande impacto no alojamento.», realça Manoel Batista.
O EVENTO FOI INAUGURADO PELO MINISTRO DAS INFRAESTRUTURAS E HABITAÇÃO, PEDRO NUNO SANTOS
«A qualidade dos produtos desta região, e do alvarinho em particular, não tem parado de crescer. Aliás nós vamos assistindo, ano após ano, à premiação dos produtos que aqui se fazem, nomeadamente do alvarinho. Tem atingido uma grande qualidade. Nós precisamos é de ter mais capacidade de produção porque a procura está aí e é importante também sinalizar isso, aquilo que uma região como Melgaço e Monção tem conseguido produzir ao longo dos anos, no alvarinho, no fumeiro, no mel…Nós estamos de facto a conseguir tirar deste território produtos de grande qualidade.», referiu o ministro das Infraestruturas e Habitação no momento de inauguração da Festa do Alvarinho e do Fumeiro.
O evento, a 28ª edição, contou com a participação de 27 produtores de alvarinho, 15 de queijos, fumeiro e produtos locais, quatro tasquinhas e nove instituições e empresas, de diferentes ramos. Juntos, deram a conhecer o potencial da região. O recinto da Festa contou com um total de 55 expositores e uma zona de degustações com capacidade para cerca de 400 pessoas sentadas.
Durante os três dias do evento foi possível assistir a showcookings: três chefes, os estrela Michelin Arnaldo Azevedo e Vitor Matos, e ainda a chefe Cristina Manso Preto, apresentaram propostas gastronómicas com produtos autóctones melgacenses e, claro, harmonizados com alvarinho da sub-região de Monção e Melgaço.
Houve também oportunidade de assistir a três provas comentadas de vinhos, pelo sommelier Manuel Moreira, da Revista de Vinhos, que se debruçou nas temáticas: “Todas as ocasiões são boas para espumantes de alvarinho”, “Alvarinho à prova do tempo” e “Os segredos da prova de vinhos”.
Para além da exposição, prova e venda de produtos, decorreu ainda o habitual concurso do Mel, Salpicão, Presunto e Broa de Melgaço, produtos com Indicação Geográfica Protegida (IGP). Houve momentos de animação musical, diurna e noturna e ainda toda uma diversidade de atividades paralelas, de animação turística e desportiva e ainda de enoturismo, que permitiram dar a conhecer Melgaço.
27 ANOS A IMPULSIONAR A REGIÃO
Graças a uma promoção adequada ao evento e a algumas parcerias importantes, a FAFM é hoje um evento incontornável das festas gastronómicas do país, atraindo pessoas dos diversos pontos do território nacional e também um grande número de espanhóis, sobretudo da vizinha Galiza.
O certame promove o que Melgaço Tem: desde a gastronomia, ao artesanato, ao turismo, apresentando-se como uma oportunidade única para a criação e a consolidação de laços entre os agentes do comércio, os consumidores e a produção. «A Festa do Alvarinho e do Fumeiro é um dos nossos eventos âncora e o mais antigo. Um certame onde promovemos os nossos produtores que são reconhecidos em todo o mundo, distinguidos com prémios nacionais e internacionais dada a excelência dos seus produtos.», atenta o autarca, Manoel Batista, afirmando que «este tipo de eventos é de extrema importância para a nossa economia. São, indiscutivelmente, fulcrais no desenvolvimento do nosso território. Não são só festa e vinho! São a nossa Cultura. O nosso ADN. A nossa história.»
A realçar ainda que, em 2015, o fumeiro foi distinguido pela Comissão Europeia, através da integração do presunto e da chouriça de carne na lista dos produtos com Indicação Geográfica Protegida (IGP), juntando-se assim ao salpicão e à chouriça de sangue. Estes produtos são o resultado do saber-fazer das populações de Melgaço, que conhecem as técnicas de fabrico tradicionalmente utilizadas e que foram transmitidas de geração em geração.