O artigo divulgado aqui é parte integrante da última edição da Revista Espaço Rural da CONFAGRI.
Excerto do artigo:
Introdução
A primeira consequência do conflito que vivemos às portas da UE foi, sem dúvida, a onda de solidariedade pelo povo ucraniano e, em particular, pelos agricultores e cooperativas da Ucrânia. Assim, no último “Praesidia” da Copa e da Cogeca todos os membros expressaram a sua solidariedade e a UNAF – Fórum Nacional Agrário Ucraniano foi aceite como organização parceira da Copa e da Cogeca.
Segurança alimentar, disponibilidade e acessibilidade de preços
Apesar disso, não podemos ignorar as consequências deste conflito nos sectores agrícolas europeus. Esta guerra está a criar ondas de choque em todo o mundo e terá sérias repercussões durante muitos anos. Isto vem juntar-se ao impacto cumulativo da Covid-19 sobre as cadeias de abastecimento e custos de produção mais elevados, incluindo a energia. Os custos de produção na UE são cada vez mais importantes para a viabilidade a curto e longo prazo das explorações agrícolas no território europeu.
A título de exemplo, o preço dos fertilizantes e a sua disponibilidade continuam a ser problemas sérios para os agricultores. De acordo com o AMIS Market Monitor, vários preços de fertilizantes têm permanecido nos seus níveis mais elevados ao longo dos últimos 12 meses. Esta situação é impulsionada pelos atuais preços elevados do gás natural, perturbações de abastecimento relacionadas com a Covid-19, e restrições à exportação recentemente introduzidas pelos principais exportadores. A situação já difícil foi exacerbada pela invasão da Ucrânia.
A UE é altamente dependente das importações da Rússia, Bielorrússia e Ucrânia, em particular da ureia em solução de azoto (34%), fertilizantes de potássio (54%) e fertilizantes compostos (56%). Embora o maior impacto, em termos de disponibilidade, seja esperado para a colheita de 2023, os preços de todos os fertilizantes deverão aumentar nas próximas semanas, atingindo níveis ainda mais elevados do que aqueles que tínhamos experimentado em 2021.
O artigo foi publicado originalmente em Confagri.