Quando passam quase cinco anos sobre os trágicos incidentes de Pedrógão Grande, o País está sem estratégia anual conhecida de combate aos fogos rurais. Um cenário insólito, a uma semana da subida do nível de risco e numa altura em que se perspetiva um verão difícil
Pela primeira vez, ainda não está concluído o plano anual da Proteção Civil que estabelece a disposição e o grau de prontidão dos meios de combate a incêndios em Portugal. Com o nível de risco de fogos rurais a subir no próximo dia 15 de maio, está por aprovar pela Comissão Nacional de Proteção Civil a estratégia do Estado para fazer face a um fenómeno que atinge, com enorme impacto, a floresta nacional todos os anos e que traz à memória os trágicos acontecimentos de junho e outubro de 2017.
Desde há uma década, a diretiva operacional, que determina a organização do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR), tem vindo a ser conhecida cada vez mais tarde. Após os incêndios mortais, ocorridos faz agora cinco anos, o plano começou a ser aprovado somente em meados de abril – com tendência a cair cada vez mais para o final do mês. Só que, até hoje, o País nunca tinha chegado a quase meio do ano desconhecendo os meios a dispor no terreno e como se vão conjugar. […]