Juntos pela segurança no trabalho florestal

O seminário “Segurança no trabalho florestal e novos desafios” pretendeu sensibilizar para a necessidade de diminuir os acidentes.

A Escola Superior Agrária de Ponte de Lima recebeu a 27 de abril, véspera do Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho, o seminário “Segurança no trabalho florestal e novos desafios”, uma co-organização da The Navigator Company com a Autoridade para as Condições do Trabalho e a Associação para a Certificação Florestal Minho-Lima.

Luís Brandão Coelho, presidente da direção da associação, congratulou-se por ver “uma evolução positiva do interesse dos operadores no uso dos equipamentos de proteção” (EPI) e por os empresários terem “percebido que esta é uma das condições para estarem dentro do próprio processo de certificação”.

Em 2021, só até outubro, 35 pessoas perderam a vida em acidentes de trabalho no setor florestal e agrícola e o subinspetor-geral da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), Nelson Ferreira confirmou que, apesar do risco, “muitos trabalhadores não têm acesso a formação específica”. Algo que João Fernandes, coordenador do COTF – Centro de Operações e Técnicas Florestais, do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas deseja alterar, estando empenhado em avançar com a formação habilitante da utilização de equipamentos como motosserras e motorroçadoras.

Sobre a segurança na condução e operação de tratores, o diretor do Centro Local de Portimão da Autoridade para as Condições do Trabalho, Carlos Montemor, alertou para a necessidade do cumprimento das regras existentes. “Os acidentes podem ser evitados com a melhoria da qualificação dos trabalhadores e o cumprimento das normativas”, concorda Joaquim Silva, diretor do Centro Local do Alto Minho da ACT.

Dar formação no terreno

A pensar na segurança, a The Navigator Company incorpora no seu modelo de gestão florestal um conjunto de procedimentos sobre a forma como as atividades devem ser realizadas pelos prestadores de serviços e promove muita formação. “Nos últimos três a quatro anos, contactámos com quase mil pessoas em ações de campo” recordou Nuno Neto, diretor Florestal da Companhia. A formação que a Associação para a Certificação Florestal Minho-Lima presta em contexto de trabalho ocorre com o apoio da Navigator, afirmou Margarida Barbosa, da Comissão Técnica Florestal da entidade.

“Os equipamentos já permitem condicionar os maus manuseamentos”, refere Artur Almeida, gestor de Produto da Ascendum Máquinas, reconhecendo que ainda há muito a fazer em relação aos comportamentos dos operadores no terreno.

Na sessão de encerramento, Sandra Sarmento, diretora Regional do Norte, do ICNF, em representação do secretário de Estado da Conservação da Natureza e das Florestas, reconheceu a importância da capacitação, da especialização e da formação e afirmou que “o PRR veio dar um conjunto de respostas com avisos muito dirigidos” a essas áreas.

Assista ao seminário em aqui.

O artigo foi publicado originalmente em Produtores Florestais.


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