297 cientistas e especialistas concordam que continua por demonstrar a segurança dos transgénicos

 

[ Página inicial ] [ Direct�rio ] [ Agronotícias ] [ Pesquisar ] [ Opini�o ] [ Dossiers ] [ Info ] [ Adicionar URL ] [ Novidades ] [ Mapa ]

 

 –  11-12-2013

[ �cran anterior ]  [ Outras notícias ] [ Arquivo ] [ Imprensa ]

297 cientistas e especialistas concordam que continua por demonstrar a segurança dos transgúnicos

Postura de Anne Glover, conselheira cient�fica principal da União Europeia, condenada como "irrespons�vel".
Investigadores independentes t�m de trabalhar a dobrar para responder aos alertas pendentes

O n�mero de cientistas e especialistas que subscreveram uma Declara��o Conjunta [1] afirmando que a segurança dos alimentos transgúnicos (OGM) continua por demonstrar aumentou para 297 desde a sua publicação a 21 de outubro.

A Doutora Angelika Hilbeck, presidente da Rede Europeia de Cientistas pela Responsabilidade Social e Ambiental (ENSSER) que publicou a Declara��o, disse: "Estamos surpreendidos e satisfeitos pelo forte apoio que a Declara��o recebeu. Parece que veio ao de cima uma preocupa��o sentida na comunidade cient�fica internacional � precisamente que o nome da ci�ncia esteja a ser abusado para dar cobertura a uma falsa segurança da engenharia gen�tica."

Este testemunho indiretamente questiona afirma��es recentes de Anne Glover, conselheira cient�fica principal da União Europeia, que defendiam a inocuidade dos OGM. [2]

A Doutora Rosa Binimelis, membro da dire��o da rede ENSSER, explicou: "Aparentemente a Dra. Anne Glover prefere dar ouvidos a um s� lado da comunidade cient�fica � o c�rculo de produtores de OGM e os cientistas seus aliados � e ignora os restantes. Isso resulta numa visão tendenciosa que depois passa para a Comissão Europeia. Para alguém com funções de Conselheiro Cient�fico, isso � irrespons�vel e pouco �tico."

Entre os novos subscritores encontra-se o Doutor Sheldon Krimsky, professor de pol�tica e planeamento urbano e ambiental na Universidade de Tufts e professor adjunto no Departamento de Saúde Pública e Medicina Familiar da Faculdade de Medicina da mesma universidade, que comenta:

"Enquanto c�tico dos OGM tenho uma posi��o mais nuanceada das suas consequ�ncias adversas do que os seus defensores acr�ticos. Os efeitos negativos não se resumem a cair para o lado morto depois de ter comido algum alimento geneticamente adulterado, como alguns querem fazer crer. As minhas preocupa��es abarcam as altera��es subtis do perfil nutricional, do teor de micotoxinas e de alerg�nios, as pr�ticas agr�colas insustent�veis, a depend�ncia de agroqu�micos sint�ticos, a falta de transpar�ncia nas avalia��es de segurança alimentar e ambiental e ainda a despromo��o dos agricultores para algo que nos traz o servos da gleba � mem�ria, essencialmente devido � privatiza��o monopolista do direito de acesso � semente. "

"Para demonstrar a segurança dos transgúnicos � preciso: come�ar por assumir que eles possam ser perigosos, desenvolver testes sens�veis e demonstrar que não foi poss�vel detetar nenhum problema. Tal como noutras tecnologias, como a aeron�utica e o nuclear, a ind�stria envolvida não pode ser a fonte oficial sobre a segurança dos seus produtos. Vou manter-me c�tico enquanto não for levada a cabo uma avalia��o de segurança rigorosa e cred�vel."

Uma outra subscritora � a Doutora Margarida Silva, bi�loga e professora na Universidade Catélica Portuguesa, que lembra que, "Mesmo quando os investigadores estáo todos de acordo sobre um determinado assunto isso não significa que estejam corretos: de acordo com Einstein, basta uma experi�ncia para deitar abaixo uma teoria estabelecida."

"Um dos problemas da investiga��o sobre os riscos dos transgúnicos � que tem sido feita pelas pr�prias empresas empenhadas na sua comercializa��o. Infelizmente j� foi demonstrado que se d� uma erosão fatal da imparcialidade quando a ci�ncia está � sombra do dinheiro da ind�stria. Se queremos mesmo saber o que os transgúnicos significam para a Saúde e o ambiente teremos de pedir aos poucos cientistas independentes que ainda existem nesta área para se desdobrarem e tentarem responder �s questáes e sinais de perigo que não param de se acumular."

Um terceiro subscritor, o Doutor Raul Montenegro, bi�logo da Universidade de C�rdoba, na Argentina, afirma:

"A avalia��o corrente dos transgúnicos (OGM) não leva em linha de conta quatro dimens�es essenciais. A primeira � que os transgúnicos e seu derivados cont�m, não apenas res�duos dos pesticidas sint�ticos usados comercialmente, mas Também as prote�nas inseticidas (como a Cry1Ab) produzidas pela planta. As sementes do milho transgúnico MON 810, por exemplo, cont�m 190 a 290 ng/g de Cry1Ab. A segunda dimensão que � descurada � que cada pesticida comercial cont�m uma sopa de subst�ncias diversas (para além do princ�pio ativo) que estáo sujeitas a altera��es qu�micas, seja dentro das embalagens, quando se fazem misturas com outros pesticidas e depois de libertadas no ambiente. A terceira � que na agricultura com transgúnicos cada ciclo de produ��o j� come�a com uma maior concentra��o de fundo de pesticidas comerciais e prote�nas inseticidas previamente acumuladas em solos e pessoas expostas. E, finalmente, a quarta e última dimensão � que os OGM acrescentam uma biodiversidade indesejada (os transgenes) em países que j� t�m cada vez menos diversidade natural devido � desflorestação, pesticidas e ao fluxo incontrolado dos genomas manipulados."

"Pa�ses como a Argentina e o Brasil são aut�nticos para�sos para a agricultura com transgúnicos porque os seus governos não montaram, nem um sistema de dete��o de doen�as e mortes resultantes de todas as causas, nem um programa de monitoriza��o da acumula��o (em pessoas e no ambiente) dos res�duos de pesticidas e prote�nas inseticidas transg�nicas, nem um mecanismo de dete��o precoce de varia��es nos �ndices de biodiversidade natural. S� com estes cuidados � que seria poss�vel acompanhar os reais impactos dos transgúnicos. Na pr�tica estes governos optaram por negar que o rei vai nu, a contracorrente dos muitos relatos de comunidades afectadas e dos m�dicos que as t�m tratado."

[1] http://www.ensser.org/increasing-public-information/no-scientific-consensus-on-gmo-safety/
[2] http://www.euractiv.com/science-policymaking/eu-chief-scientist-unethical-use-interview-530692


Apontadores relacionados:

Artigos

  • Agronotícias (01/12/2013) – 

S�tios

  • ENSSER � Rede Europeia de Cientistas pela Responsabilidade Social e Ambiental


[ �cran anterior ]  [ Outras notícias ] [ Arquivo ] [ Imprensa ]

[ Página inicial ] [ Direct�rio ] [ Agronotícias ] [ Pesquisar ] [ Opini�o ] [ Dossiers ] [ Info ] [ Adicionar URL ] [ Novidades ] [ Mapa ]

Produzido por Camares � – �  1999-2012. Todos os direitos reservados.

Publicado

em

por

Etiquetas: