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– 08-10-2013 |
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A ind�stria papeleira portuguesa � mitos e realidadeA ind�stria papeleira portuguesa goza de alguns mitos, propagandeados ami�das vezes por algumas figuras públicas. Comportar� a realidade tais mitos? 1. O peso da ind�stria papeleira nacional na economia e, em particular nas exporta��es, tem sido o mais em voga ultimamente. Contudo, se por um lado se refere o contributo da ind�stria papeleira na Economia, por outro verifica-se a diminui��o abrupta do peso do conjunto das ind�strias de base florestal no Produto Interno Bruto (PIB) � j� de si em decréscimo ao longo da última d�cada. O peso das ind�strias de base florestal no PIB era de 2,2% em 2000, � em 2010 de apenas 1,3%. Os propagandeados 3,0% de peso do setor florestal no PIB (floresta + ind�strias de base florestal) foi-o sim em 2000, mas em 2010 � de apenas de 1,8%. A import�ncia da ind�stria papeleira nas exporta��es, em valor bruto, tem correspondido ao aumento do peso das importa��es de material lenhoso. Importa��es essas provenientes de países com uma gestáo duvidosa do seu patrim�nio florestal. Ao aumento da rentabilidade do neg�cio da pasta e do papel tem correspondido um decl�nio acentuado do neg�cio silv�cola, bem como a transfer�ncia do risco desse mesmo neg�cio, quer para as centenas de milhares de fam�lias que se dedicam � produ��o de material lenhoso, quer em última inst�ncia, para os contribuintes. A ind�stria papeleira nacional tem hoje uma capacidade de autoabastecimento miserável, pr�xima dos 20% (sendo que no Grupo Portucel Soporcel ronda os 16%. A presença da ind�stria papeleira na floresta (a área de maior risco do neg�cio) � cada vez menor. S� na última d�cada as áreas pr�prias de eucalipto diminu�ram cerca de 34 mil hectares. Parece verificar-se assim um desinvestimento progressivo na floresta e, consequente, uma transfer�ncia do risco do neg�cio para as centenas de milhares de fam�lias que contribuem para o abastecimento desta ind�stria. 2. Os awards de excel�ncia da gestáo � um outro mito. Para a excel�ncia da gestáo muito tem contribu�do a unilateral imposi��o dos pre�os do material lenhoso � produ��o florestal. Imposi��o essa protegida pelo Estado, em completo desacordo com os princ�pios de equidade e do salutar funcionamento dos mercados. O luxo da cogera��o tem constitu�do um outro fator favor�vel ao bom desempenho da gestáo. Por outro lado, s� a Portucel Soporcel, em benef�cios fiscais concedidos pelo Estado, obteve em 2010 e 2011 uma receita extraordin�ria global de cerca de 50 milhões de euros. 3. O desempenho na Inovação � mais um. Apesar de ter decuplicado a área de eucaliptal nos �ltimos 30 anos, a produtividade do eucaliptal nacional remonta a valores j� diagnosticados no final dos anos 20 do s�culo passado. Tendo investido no passado em I&D, a ind�stria papeleira abandonou esta área, apostando na produ��o em quantidade ao inv�s da qualidade. Todavia, os riscos da produ��o em quantidade t�m sido imputados � Sociedade. Afinal, tudo leva a crer que os mitos associados � ind�stria papeleira em Portugal não passam de isso mesmo, de mitos. Na realidade, os sucessivos governos t�m protegido os interesses econ�micos dos acionistas, fiscalmente sedidados na Holanda, prote��o essa exercida em detrimento das fam�lias, das florestas e do Território. Seguramente, não � este o tipo de investimento, extrativo e insustent�vel, que a Acr�scimo defende para os espaços florestais e para o setor industrial de base florestal em Portugal. Lisboa, 8 de outubro de 2013 A Dire��o da Acr�scimo
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