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– 04-09-2013 |
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Governo, Também na questáo dos inc�ndios, pretende "sacudir a �gua do capote"não nos admiremos do horror a que assistimos depois de anos a fio a implementar erradas pol�ticas, nacionais e comunitárias, para gaudio de alguns e benef�cio de outros. Politicas que premiaram o ostensivo abandono da agricultura e do mundo rural, pagando inclusivamente aos agricultores para abandonarem as suas terras e deixarem de produzir. Admiram-se alguns com a progressão dos inc�ndios em n�mero e área com o seu cortejo de consequ�ncias, elegendo como bode expiatério a neglig�ncia humana e uns tantos pirámanos espalhados pelo Pa�s. Esta � uma visão redutora de uma leitura indubitavelmente mais profunda e mais complexa, a desertifica��o do interior. Os grandes inc�ndios nas zonas rurais reflectem inequivocamente o falhanão das pol�ticas nacionais e comunitárias e o esquecimento a que foi votada esta extensa área de territ�rio. não � poss�vel implementar pol�ticas de desenvolvimento sem pessoas. O abandono intencional da pequena e média agricultura, as pol�ticas de extin��o de serviços públicos no mundo rural e o fim das campanhas de sensibiliza��o junto das popula��es prevenindo comportamentos de risco s� pode conduzir a uma selva sem serventia de qualquer tipo, perdendo-se a oportunidade de obter rendimento desej�vel a todos os n�veis. Os Governos ao longo dos �ltimos anos t�m gasto" rios de dinheiro" na área de planeamento florestal. são Planos Nacionais, Planos Sectoriais, PROFs, PROTs, PDDFCIs, PMDFCIs, PGFs, PUBs, apenas alguns dos muitos pap�is que enfeitam prateleiras. Se toda a gente ficou a fazer Planos quem ficou no terreno para os implementar e testar?! Quem os implementa, coordena e fiscaliza na pr�tica? E o papel do Estado? Antes com uma fort�ssima presença personificada pelos Serviços Florestais! T�cnicos, mestres, guardas florestais, operadores e as suas brigadas pr�prias de sapadores constitu�das muitas vezes por gentes locais. Hoje reduzidos a nada. Atribui-se �s comunidades baldias a falta de investimento na Floresta. No entanto o Estado vedou a sua possibilidade ao não aprovar ou elaborar PGFs e PUBs nas áreas da sua compet�ncia mantendo desactualizados e sem qualquer tipo de utilidade todos aqueles que a conta gotas foram entretanto aprovados, colocando em risco milhares e milhares de hectares de floresta. Foram sempre adiadas as propostas encontradas pelas comunidades baldias para fazer frente ao sentimento de abandono pelo Estado, nomeadamente a criação de Grupos de Baldios, associando unidades de baldios para melhor responder aos emergentes problemas na preven��o, gestáo e comercializa��o de madeira. Apesar de ser público o d�fice de brigadas de sapadores florestais, e o seu reconhecido valor nas área da preven��o, vigil�ncia e primeira interven��o, os Governos paradoxalmente não t�m aceite as propostas de dezenas de comunidades baldias que se disponibilizaram para custear a sua constitui��o e funcionamento. A integra��o das brigadas GAUF e dos Sapadores Florestais, recuperando os postos de vigia e acrescentando mais alguns meios locais garantiria um dispositivo que traria certamente vantagens de conhecimento de terreno assaz, importante para, em colabora��o com os bombeiros, trazer mais efici�ncia ao combate aos inc�ndios. E com que tipo de financiamento tem sido contemplado as nossas florestas? Concebe-se um PRODER florestal altamente burocratizado e desadequando �s tipologias da floresta Portuguesa, com percentagens de execução rid�culas levando a que verbas alocadas inicialmente acabem por ser transferidas para outros sectores. Temos ainda o Fundo Florestal Permanente para o qual descontamos todos os dias quando abastecemos os nossos ve�culos e cujos investimentos estáo vedados h� pelo menos dois anos. Desde logo � necess�rio garantir pre�os justos para a madeira dos produtores, que sejam compensadores dos investimentos que são exigidos e que são a primeira linha da preven��o dos inc�ndios (desmata��es, abertura de caminhos, etc), sendo Também necess�rio questionar a raz�o da importa��o de milhões de toneladas de madeira, deixando � merc� do fogo a madeira das nossas florestas. O mundo rural vive hoje um sentimento de impot�ncia e de raiva. são homens e mulheres esquecidos pelo poder pol�tico a quem o fogo levou os poucos haveres que restavam de toda uma vida de trabalho e canseira. Ser� que no final de toda esta trag�dia nos restar�o �rvores suficientes para fazer folhas para tantos Planos de Ordenamento como os que temos?! Ou para fazer arm�rios onde estes ficam t�o bem armazenados? Ou para fazer as cadeiras onde os governantes respons�veis assistem sentados? não obstante esta neglig�ncia grave o Estado prepara-se para mais uma ofensiva contra a propriedade comunitária e o meio rural, os compartes e a pr�pria Constitui��o da República Portuguesa, ao pretender alterar a actual Lei dos Baldios. A floresta não pode ser como infelizmente tem sido nas últimas d�cadas local de inc�ndios, destrui��o, mortes, desassossego e avultados preju�zos. Adensar a tudo isto criam-se reformas administrativas sem ter em conta a sensibilidade e o pensamento das popula��es criando animosidades territoriais desnecess�rias. Perante o estado de emerg�ncia provocado por esta trag�dia, a BALADI reclama do Governo um imediato levantamento por parte do Ministério da Agricultura dos preju�zos havidos aos produtores florestais e agricultores para que possam ser atribu�das as respectivas indemniza��es. A BALADI considera ainda lament�veis as afirma��es que t�m vindo a Publico por parte do senhor Secret�rio de Estado. Tais declarações são uma afronta ao desespero vivido pelas popula��es rurais e baldias ao manifestar desconhecer onde e quando as florestas da sua responsabilidade são mal geridas. As comunidades baldias estáo cansadas de serem bode de expiatério exigindo uma altera��o de comportamentos e atitudes por parte do Governo e um claro apuramento de responsabilidades. A BALADI aproveita ainda para endossar aos familiares dos bombeiros falecidos as suas mais sentidas condol�ncias, enaltecendo o seu papel de sacrif�cio e abnega��o na defesa dos bens e vidas de todos n�s. Vila Real, 2 de Setembro de 2013 A Direc��o da BALADI
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