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– 23-09-2013 |
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Investiga��o coordenada por Frank Verheijen do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM)
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� um tipo de carv�o produzido a partir de biomassa, chama-se biochar, permite não s� reduzir a presença de di�xido de carbono na atmosfera, como Também melhorar o solo e gerar energia limpa durante o seu fabrico. Usado pelos �ndios da Amaz�nia h� milhares de anos atr�s para melhorar o solo, o estudo da utiliza��o de biochar na produ��o agr�cola em Portugal está hoje a dar os primeiros passos através de uma equipa interdisciplinar de investigadores do Departamento de Ambiente e Ordenamento (DAO) e Departamento de Biologia (DBio) do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da Universidade de Aveiro (UA).
A redescoberta do biochar, Também chamado de "terra preta do �ndio", por conferir ao solo uma tonalidade escura, expandiu em 2004 com os estudos de Johannes Lehmann, da Universidade de Cornell, sobre solos agr�colas de civiliza��es antigas. O investigador apercebeu-se do enorme potencial das "terras pretas" da Amaz�nia como sequestradoras de carbono e melhoradoras dos solos degradados.
Coordenada pelo especialista em solos Frank Verheijen, em colabora��o com os projectos VITAQUA e CLIMAFUN (financiados pela Funda��o para a Ci�ncia e a Tecnologia e Programa FEDER-COMPETE), a equipa de Aveiro tem em m�os a primeira experi�ncia com o biochar na produ��o agr�cola em territ�rio portugu�s, um produto com o potencial de aumentar a produtividade, enquanto contribui na mitiga��o e adapta��o das altera��es clim�ticas.
Na Regi�o Demarcada da Bairrada, os investigadores da UA estáo a estudar a utiliza��o e impacto do biochar em vinhedos e as experi�ncias v�o decorrer durante todo o ano agr�cola de 2013. Os primeiros resultados de Frank e colegas na equipa de Jacob Keizer do DAO indicam que, para além de efeitos positivos nos nutrientes do solo, o biochar ajuda a melhorar a infiltra��o e a reten��o da �gua das terras, factores essenciais no combate � seca e � erosão.
Para avaliar a viabilidade do biochar na mitiga��o do stress h�drico nas vinhas, os investigadores da UA estáo Também a monitorizar a fisiologia vegetal ao longo da esta��o de crescimento de 2013, um trabalho que tem na equipa da investigadora Gl�ria Pinto, do Departamento de Biologia (DBio) da UA, uma preciosa ajuda.
No entanto, � Também necess�rio garantir que não são comprometidos a qualidade e funcionamento do solo pela adi��o do biochar. Nesse sentido, o trabalho desenvolvido pela Ana Catarina Bastos e colegas da equipa de investiga��o de Susana Loureiro, do DBio, foca-se na selec��o, adapta��o e optimiza��o de testes eco-toxicol�gicos, utilizando especies modelo, para a avalia��o do risco ecol�gico do biochar, nos ecossistemas terrestre e aqu�tico.
Uma análise efectuada por um colabora��o internacional onde se inserem Frank e Ana Catarina, sobre os efeitos do biochar na produ��o agr�cola em geral, indica um aumento m�dio de 20 por cento no rendimento das colheitas. Em rela��o ao ambiente, como sumidouro de carbono, a aplica��o de biochar nos vinhedos da Bairrada poder� dar uma pequen�ssima ajuda para contrariar as altera��es clim�ticas. O investigador não tem d�vidas: "Obviamente que, no caso do biochar ser aplicado em mais larga escala, esta ajuda provavelmente deixaria de ser pequen�ssima para ser significativa".
inúmeras vantagens
Fabricado a partir da transforma��o t�rmica de biomassa (plantas, res�duos florestais, madeiras ou estrume de animais) em carv�o com fraca ou nula presença de oxig�nio, "num processo denominado pirálise", o biochar, explica Frank Verheijen, "� muito diferente do carv�o vegetal".
A produ��o de biochar deve ser feita a temperaturas superiores a 400 graus. A pirálise, por seu lado, permite reter 20 a 50 por cento do carbono presente nos materiais processados, evitando que este escape para a atmosfera. Ao ser colocado nos solos agr�colas, o carbono poder� manter-se sequestrado durante centenas a milhares de anos.
Como o carbono do biochar � consumido mais lentamente, comparativamente ao de outras formas de matéria org�nica geralmente usadas para melhoramento dos solos agr�colas, existe um decréscimo da quantidade de di�xido de carbono que � emitida para a atmosfera. Outra vantagem do uso do biochar prende-se com o seu processo de fabrico, pois deste resultam Também outros produtos que podem ser aproveitados para gerar calor, electricidade e biocombust�veis.
além disso, adianta o investigador holand�s da UA, "� poss�vel criar v�rios tipos de biochar consoante as caracterásticas de cada solo". O investigador explica que "através da selec��o de materiais espec�ficos de biomassa, e ajustando a temperatura e a dura��o da pirálise, pode-se criar biochars adequados para melhorar as funções ambientais e agron�micas espec�ficas de um determinado solo".
Em expansão por todo o mundo
A investiga��o sobre biochar tem crescido muito em redor do planeta nos �ltimos quatro anos. Neste momento cerca de um milhar de estudos sobre o tema j� foram publicados. Tr�s deles, os únicos que envolvem Portugal, foram produzidos com co-autoria das equipas de investiga��o de Frank Verheijen e Ana Catarina Bastos. "Na maior parte dos estados membros da União Europeia (UE) assistiu-se ao nascimento de muitas empresas produtoras de biochar. Em Portugal ainda não existe nenhuma", aponta o investigador da UA.
"Portugal está um pouco atr�s do resto da UE, mas achamos que h� potencial para o país acompanhar e conduzir a investiga��o sobre biochar", antev� o cientista. "As organizações de financiamento devem perceber o potencial do biochar para algumas das ind�strias vitais portuguesas, como � o caso das ligadas � viticultura e � silvicultura, e os benef�cios s�cio-econ�micos e clim�ticos que podem da� advir", aponta Frank Verheijen.
Fonte: UA
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