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– 31-03-2014 |
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Preços da carne e dos ovos podem subir com crise na Ucrânia
A crise política não afectou as exportações da Ucrânia, principal fornecedor de milho a Portugal, mas agravou os custos logísticos, o que pode reflectir-se nos preços da alimentação animal e encarecer a carne e os ovos. Na perspectiva do especialista em mercado de cereais, Paulo Costa e Sousa, esta crise política não afectou em nada as exportações, mas se o conflito piorar será dramático. Se a crise se agravar e houver um conflito, obviamente que para nós é dramático, mas até agora as exportações continuaram a subir: em Dezembro, as exportações da Ucrânia superaram os três milhões de toneladas, o que é um recorde absoluto, sublinhou, lembrando que Portugal depende fortemente da Ucrânia em termos da importação de milho (80 a 85% do total). Embora o ritmo de exportação não tenha abrandado, a logística interna complicou-se um pouco, encarecendo o produto. Para que o milho chegue aos portos precisa de sair do centro da Ucrânia. Estamos a falar de distâncias consideráveis e de logísticas consideráveis, explicou, estimando que os preços tenham subido entre 10 a 15% desde Janeiro. Este efeito vai fazer-se sentir nas indústrias transformadoras, que farão incidir o impacto da subida das matérias-primas no seu produto final, e será sentido pelo consumidor na compra de produtos como a carne ou os ovos que poderão ficar mais caros. Paulo Costa e Sousa ressalvou, no entanto, que o padrão de compra português permite ter um colchão porque, normalmente, o mercado português faz compras em diferido e, por isso, o milho que está a receber agora foi comprado há oito ou dez meses. Tal não quer dizer que o produtor não tente passar ao mercado essa mais-valia de ter comprado bem, o que o mesmo responsável considera ser perfeitamente legítimo, porque se deve posicionar a preços de mercado. Questionado sobre a possibilidade de Portugal alcançar a auto suficiência no que respeita ao milho, cuja produção tem vindo a aumentar, o especialista da Louis Dreyfus Commodities considera que tal objectivo é difícil, senão impossível: nós importamos um milhão e meio de toneladas e produzimos, nos anos bons, 400 mil ( ) Teríamos de produzir sensivelmente três vezes mais. Quanto ao trigo, maioritariamente fornecido por França e usado na panificação, seria ainda mais difícil produzir em grandes quantidades, por falta de aptidão agrícola. Em termos de cereais, a aposta no milho parece-me mais lógica do que a do trigo, sublinhou Paulo Costa e Sousa. Fonte: Lusa
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