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– 27-05-2014 |
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Moçambique: Preço de milho duplica em Sofala devido à tensão
O preço do milho duplicou nos últimos meses na Gorongosa, considerado o "celeiro de Sofala", centro de Moçambique, devido à tensão político-militar e há indícios de fome, disseram hoje à Lusa habitantes da região. As regiões produtivas não podem escoar a pouca produção, devido ao receio que os comerciantes têm de ataques quando se deslocam para o interior, embora tenham abrandado, informaram as mesmas fontes. A maior parte da colheita ficou perdida devido a fugas dos camponeses na época de sementeira, além do saque dos homens das partes beligerantes. "Nesta época do ano, cinco litros de milho custam entre 15 a 20 meticais [entre 0,34 e 0,64 euros), mas agora os camponeses estão a pedir 30 meticais (0,69), pois sabem que há pouca produção", disse à Lusa Manuel Jone, 37 anos, há oito neste negócio. "O negócio este ano está mal, pois não há acesso às zonas de produção devido à guerra, além de que poucos [agricultores] produziram. Os moradores que se arriscam a trazer o milho para vender estão a cobrar 30 meticais, quase o mesmo valor para revenda", disse à Lusa Frisarda Castro, outra comerciante e que diz ter indicações da existência de fome na região. Várias pessoas, a maioria camponeses, deixaram as zonas do interior de Gorongosa em outubro passado, numa época crucial para agricultura de sequeiro, fugindo dos confrontos militares na região. Esses confrontos culminaram no desalojamento, pelo exército, de Afonso Dhlakama, líder do principal partido de oposição, Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), do seu acampamento em Sadjundjira, onde vivia há um ano. Contudo as autoridades governamentais na Gorongosa minimizam o impacto da baixa produção, assegurando que as seis mil toneladas de perdas em culturas diversas na campanha agrária 2013/14 (outubro a maio) estão "fora da linha de preocupação", por se considerar que ficaram dentro de intervalos aceitáveis. O distrito produziu 298 mil toneladas das 304 planificadas, segundo dados dos Serviços Distritais de Atividade Económica (SDAE) de Gorongosa, baseados no número de seis mil pessoas deslocadas das zonas de guerra, amplamente produtivas, e que acamparam na vila da Gorongosa, disse à Lusa o diretor da instituição, Inácio Siyawadya. "A produção do distrito é aceitável e continuamos com o estatuto do celeiro de Sofala", precisou Inácio Siyawadya, reconhecendo que, durante a colheita, a abundância do milho no mercado influência a baixa do preço. Fonte: Lusa
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