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– 20-06-2014 |
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Especialistas pedem punição para polícias envolvidos na caça furtiva em Moçambique
Especialistas ligados à fauna e flora em Moçambique defenderam ontem uma punição veemente dos polícias envolvidos na caça furtiva e a colocação do tema da conservação na agenda do país, para a protecção das espécies ameaçadas de extinção. A responsabilização dos agentes da polícia alegadamente envolvidos na caça furtiva, que afecta, principalmente, elefantes e rinocerontes, faz parte das principais conclusões de um seminário sobre a estratégia de combate a esta prática, organizado em Maputo pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês). "É necessário que a Guarda Fronteira e a polícia limitem o campo de actuação de agentes que enveredam pela corrupção e daqueles que estão envolvidos na caça furtiva, a responsabilização desses agentes tem de ser mais veemente", disse à Lusa a directora da WWF em Moçambique. Segundo Anabela Rodrigues, o debate sobre o impacto da caça furtiva em Moçambique precisa ser alargado às comunidades das áreas de conservação, de forma a que não esteja limitado ao Governo e a algumas organizações não-governamentais. "O debate tem estado muito limitado, há um apelo para que passe a ser parte da agenda nacional e se faça um trabalho de consciencialização, para que o elefante seja visto como parte da nossa herança cultural, que no faz únicos e onde a fauna possa atrair turismo", enfatizou a directora da WWF em Moçambique. A preocupação em relação à caça furtiva, assinalou Anabela Rodrigues, deve ser igualmente estendida a outras espécies, como o antílope e o búfalo, uma vez que estão a ser afectadas pela caça associada à procura de carne para consumo. "Há o comércio ilegal de antílopes por causa da carne, tal como acontece com o búfalo e a pala-pala, há notícias de os pangolins estarem a ser comercializados no norte de Moçambique", afirmou. A directora da WWF em Moçambique congratulou-se com o facto de o Estado moçambicano ter aprovado recentemente a primeira lei na história do país que pune com prisão a caça furtiva, mas defendeu o imperativo de a norma ser aplicada e não se torne em "papel morto". Durante o seminário, o WWF revelou dados preliminares de um estudo que apontam para um "aumento explosivo" da caça furtiva em Moçambique, visando o elefante e rinoceronte, especialmente procurados pelos mercados asiáticos. Os resultados do estudo preliminar estabelecem uma relação entre "as proporções alarmantes" da caça furtiva e a procura dos mercados e expõem também a fragilidade das instituições locais. "A forma como as operações de caça furtiva do rinoceronte ocorrem leva a crer a existência de grupos bem organizados e estruturados. O número de armas apreendidas pelo Parque Nacional do Limpopo em caça furtiva tem estado a aumentar, e muitas destas armas têm ligações com instituições de segurança e protecção do Estado", refere o relatório. No documento refere-se que uma arma da Polícia da República de Moçambique de Massingir foi apanhada três vezes consecutivas em ações contra esta actividade ilegal. O documento considera que a capacidade de detecção das autoridades alfandegárias moçambicanas é fraca, embora esteja a aumentar. "Só em 2013 foram apreendidos 20 chifres de rinocerontes no Aeroporto Internacional de Maputo e apenas no primeiro trimestre de 2014 foram já apreendidos seis chifres de rinocerontes". Fonte: Lusa
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