Moçambique:
Governo cede 30 mil hectares de terra a agricultores portugueses
na província de Nampula

 

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 –  03-09-2014

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Moçambique:
Governo cede 30 mil hectares de terra a agricultores portugueses
na província de Nampula

O Governo moçambicano acaba de concessionar cerca de 30 mil hectares de terra a uma sociedade de agricultores portugueses para a produção de soja e milho amarelo, para o fabrico de rações para animais, nos distritos de Lalaua e Ribáuè, no interior da província de Nampula.

O facto foi confirmado por Daniel Lopes, administrador da INDIVEST (com sede em Lisboa) que destacou os enormes desafios daquele grupo empresarial com vista a contribuir na redução da dependência externa, nomeadamente na aquisição de rações para a produção aviária em Moçambique. “O caminho faz-se caminhando. Nós vamos trabalhar, por forma a ajudar o país a reduzir as importações de rações para os animais”, garantiu o empresário ao @Verdade.

Segundo Daniel Lopes, estima-se que cerca de 70 por cento da ração fornecida aos produtores nacionais de frangos provêm do mercado externo e apenas 30 por cento é que se produz localmente, o que faz com que a procura daquele produto seja ainda maior, sobretudo, nas províncias do norte de Moçambique (Nampula, Niassa e Cabo Delgado).

De acordo ainda o mesmo empresário, refere o @Verdade, a aposta é envolver o maior número possível de produtores neste processo, sem esquecer outras actividades complementares do rendimento familiar. “O projecto de produção de milho e soja para o fabrico de rações, contempla as acções de responsabilidade social centradas na melhoria de vida, não só para cerca de 250 trabalhadores a serem contratados oportunamente, mas também para as populações de Ribaué e Lalaua”, frisou.

A construção de uma nova escola em cada um dos distritos acima referenciados, a formação dos camponeses em tecnologias agrárias e o fornecimento de sementes melhoradas daquelas culturas alimentares e de rendimento às comunidades locais, constam ainda do projecto.

Segundo ainda o @Verdade, para além dos 30 mil hectares já concessionados, o governo poderá ainda aumentar a área para cerca de 200 mil hectares, caso o projecto se mostre sustentável para os investidores e para a população, em geral. Entretanto, os dois distritos estão sob uma iminente revolta dos camponeses que se queixam da falta de transparência, por parte das autoridades governamentais, na atribuição de cerca de 30 mil hectares de terra a um grupo de agricultores portugueses para a produção de milho amarelo e soja.

O projecto seria “bem-vindo”, dizem alguns produtores, se o processo de consulta comunitária tivesse obedecido às normas estabelecidas na Legislação sobre Terras e Florestas, vigentes da República de Moçambique.

Fonte:  @Verdade


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