CAP quer alteração ao mecanismo europeu de apoios ao setorCAP quer alteração ao mecanismo europeu de apoios ao setor

CAP quer alteração ao mecanismo europeu de apoios ao setor

Agricultores dizem que diferenças em relação a Espanha põem em causa competitividade de Portugal

A Confederação dos Agricultores Portugueses (CAP) diz que as “disparidades” verificadas nos apoios extraordinários entre Portugal e o país vizinho “penalizam de forma incomportável os produtores portugueses”. Assim, propõe ao Governo que “urgentemente” tente junto da União Europeia a “alteração relativa às transferências de verbas do segundo para o primeiro pilar da PAC”, pois se tal não acontecer os consumidores portugueses serão “ainda mais penalizados com a já inevitável subida dos preços”.

Segundo as contas da CAP a ajuda prevista em Portugal por cada vaca em pecuária extensiva é de sete euros, enquanto em Espanha é de 60 euros; no setor do leite, o valor apontado para cá é de 40 euros e em Espanha “pode chegar” aos 210 euros.

Eduardo Oliveira e Sousa, presidente da CAP, defende que “os apoios excecionais têm de servir para melhorar as condições de produção e garantir equidade entre os diferentes Estados-Membros”, e considera o cenário “muito penalizador para os agricultores portugueses”, constatando que “afinal as ajudas comunitárias, ao invés de permitirem melhorar a situação económico-financeira das explorações, estão a colocá-las em evidente desvantagem concorrencial”.

Os agricultores garantem que esta alteração, a ser aceite, “não tem qualquer impacto no Orçamento do Estado” e iria permitir “um reforço das ajudas a atribuir aos produtores nacionais que, na proposta apresentada na semana passada pela ministra da Agricultura e da Alimentação às confederações setoriais, deixam os agricultores portugueses numa situação de inaceitável desvantagem para com os seus congéneres europeus”.

“Vivemos num mercado global e estamos em concorrência direta com os outros produtores europeus, que recebem apoios muito superiores, conseguindo aliviar alguns custos de produção, e, por conseguinte, diminuir o impacto da crise no preço final dos produtos ao consumidor. Se estas diferenças não forem corrigidas, o consumidor português será ainda mais penalizado com a já inevitável subida dos preços”, diz Oliveira e Sousa.

A CAP explica que as condições propostas pela Comissão Europeia “prejudica de forma muito clara Portugal, face à larga maioria dos Estados-Membros, uma vez que é dos países onde o primeiro pilar – relativo aos pagamentos diretos – tem menor peso: apenas 50 por cento, quando em grande parte dos congéneres europeus se situa acima de 80 por cento”.

A proposta apresentada […]

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