terra seca

COP15 anuncia compromisso de 196 países agirem contra a desertificação

Os 196 países signatários da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD) comprometeram-se hoje em Abidjan, na Costa do Marfim, a agir para promover a gestão sustentável do solo terrestre.

No final da conferência de imprensa de encerramento da 15.ª Conferência das Partes (COP15), o secretário executivo da UNCCD, Ibrahim Thiaw, afirmou que estas questões “são cruciais para a humanidade.

“Portanto, para além dos termos técnicos e das discussões, trata-se realmente da vida, trata-se do nosso bem-estar” e “sabendo que 40% da superfície terrestre do planeta já está degradada pela atividade humana, penso que é um apelo à ação”, disse Thiaw, notando que cerca de trinta decisões foram negociadas numa atmosfera “extremamente positiva”.

“Não sei se é do clima, se está ligado à amabilidade dos marfinenses ou são as condições, mas não vimos a hostilidade que normalmente existe nestas COP internacionais”, comentou, sublinhando que, apesar de todos terem defendido as suas opiniões, não houve “muita controvérsia”.

Sob o slogan “Terra. A vida. Legado: da escassez à prosperidade”, a COP15 que começou a 09 de maio em Abidjan, capital económica da Costa do Marfim, tem procurado concretizar as ações para cumprir o compromisso de restaurar mil milhões de hectares de terras degradadas até 2030.

A conferência também tem defendido o reforço da preparação, resposta e resiliência à seca, protegendo o uso da terra dos impactos das alterações climáticas, abordando os crescentes riscos de catástrofe (como tempestades de areia e poeiras) e abordando a desertificação e a degradação do solo (motores da migração forçada e deslocação), entre outros.

A este respeito, Thiaw destacou a correlação entre a gestão sustentável dos solos e o clima, recordando que até um quarto das emissões internacionais de gases com efeito de estufa provêm do solo.

“Por isso, quanto mais degradamos a terra, com mais gases com efeito de estufa contribuímos e mais contribuímos para o fenómeno da degradação, das alterações climáticas”, vincou.

Durante esta conferência, foi também aprovado o chamado “Apelo Abidjan”, emitido pelos Chefes de Estado e de Governo que participaram na cimeira, liderada pelo anfitrião e Presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, no dia 9 de maio.

O “Apelo abidjan” insta a dar maior prioridade para o problema da seca e reforça o compromisso de alcançar a neutralidade na degradação dos solos até 2030, o que implica uma manutenção estável ou um aumento da qualidade dos solos.

Thiaw classificou este COP de “excecional” devido ao número de decisões tomadas, mas também devido aos quase 7.000 participantes, à divulgação na imprensa (cerca de 4.000 artigos publicados em 120 países e 40 línguas), e ao compromisso dos políticos e do público em geral em todo o mundo.

Esta conferência reuniu chefes de Estado, ministros, líderes do setor privado, cientistas, ONG e organizações da sociedade civil com o objetivo de apelar a medidas que garantam que os solos continuam a beneficiar as gerações presentes e futuras, refere a agência Efe.


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