Ânimos inflamados ditam suspensão de Carta de Perigosidade

Em causa documento elaborado pelo ICNF que iria travar construção em grande parte das regiões Norte e Centro. Autarcas criticam o facto de não terem sido ouvidos e falam em desconhecimento do território.

A Carta de Perigosidade de Incêndio Rural, elaborada pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e que entrou em vigor a 28 de março, veio inflamar os ânimos de autarcas do interior do país, pois grande parte dos municípios do Norte, do Centro e do Algarve ficariam impedidos de construir em áreas onde estavam previstas urbanizações e zonas industriais. Face à contestação, o Governo anunciou a sua suspensão até ao fim do ano (ler ficha).

“Ninguém percebe esta loucura”, observa Orlando Alves, presidente da Câmara de Montalegre. “Um jovem que queira contrair matrimónio e constituir família deixa de poder construir uma casa”, exemplifica, tendo em conta que o nível de perigosidade do território do concelho passou a ser “muito elevado”. “Não é assim que se combatem os incêndios. É uma absoluta ignorância. Não se aceita que o ICNF esteja sediado em Lisboa e não tenha relacionamento com o mundo rural”.

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