Nestes últimos tempos, tem-se vindo a assistir a um assinalável aumento de áreas plantadas em Portugal de amêndoa, noz e avelã, fazendo com que os frutos secos nacionais se tornem cada vez mais competitivos nos mercados internacionais.
Os frutos secos apresentam-se como culturas de oportunidade e em expansão, estando a seguir um percurso de crescimento excecional em Portugal, conquistando cada vez mais mercados internacionais.
Nos anos mais recentes, temos assistido a um crescimento acentuado da procura por frutos secos: na produção, com novos produtores, novas áreas e, agora, com o aparecimento de novas unidades de transformação.
O setor dos frutos secos tem revelado um dinamismo muito forte, reflectindo-se em novas plantações. Nos últimos cinco anos verificou-se, em Portugal, um aumento na ordem dos 50% da área plantada de frutos secos.
Assistimos praticamente ao duplicar da área de amendoal em Portugal, muito por força do grande investimento que se está a fazer na bacia do Alqueva e na Beira, impulsionado pela disponibilidade de regadio.
Os preços de mercado dos frutos secos tendem a crescer de uma forma gradual. Contudo, o valor do produto em modo biológico é normalmente valorizado quase para o dobro, sobretudo na amêndoa, noz e avelã. Estamos a falar de uma valorização muito significativa, o que torna este produto muito atractivo, sobretudo para exportação, em mercados como o europeu. A produção de frutos secos em Portugal, em modo biológico, é quase toda escoada para o mercado externo, para os países do Norte da Europa, com destaque para a Alemanha e Dinamarca.
Portugal exporta mais de 100 milhões de euros de frutos secos e tendencialmente virá a exportar cada vez mais. É fundamental que Portugal passe a ser visto pelos importadores e pelos consumidores, como um cluster de frutos secos de qualidade, associado a alta produtividade e onde a valorização do produto final pode fazer a diferença face a outros mercados.
Portugal apresenta vantagens competitivas quando comparado a outros países produtores, nomeadamente ao nível das questões ambientais e edafo-climáticas.
O mercado atual acompanha as tendências das dietas alimentares, cada vez mais baseadas em proteína vegetal, o que tem vindo a fazer crescer o consumo de frutos secos. O potencial de crescimento do sector dos frutos secos em Portugal é exponencial e terá, certamente, também um impacto muito positivo no consumo interno.
A importância de dotar as explorações agrícolas de frutos secos com unidades fabris
Urge a necessidade de um acompanhamento no investimento industrial associado ao cluster dos frutos secos, tendo em conta os 100.000 hectares de frutos secos que já existem plantados em Portugal.
A área de plantação de frutos secos irá continuar a crescer e, por isso, torna-se fundamental começar a instalar pequenas unidades de transformação industrial junto da produção. Estas unidades fabris permitem uma valorização do produto final, melhorando a sua qualidade e transformando-o, de forma a ser colocado no mercado nacional ou internacional.
Nos mercados externos, é essencial que a fileira nacional seja vista como um cluster ligado à qualidade e a uma alta produtividade sustentável, à semelhança do que foi feito na última década no setor dos azeites.
A produção de campo terá de ser acompanhada por unidades de processamento que permitam garantir mais valor acrescentado ao produto, colhido em fresco e que necessita de ser imediatamente tratado para evitar que mais tarde ganhe bolores e odores desagradáveis, que se traduzem em perdas económicas consideráveis.
Uma cuidada despelagem (remoção da casca mais exterior), secagem e armazenagem dos frutos secos evita a fermentação dos mesmos. Este tratamento pós colheita do produto, nomeadamente a despelagem e a secagem, são fundamentais para garantir uma boa qualidade do produto final e permitir a sua valorização. Estas intervenções pós colheita são responsáveis por garantir a qualidade do fruto seco, segurança alimentar, composição nutricional, características físicas e sensoriais, bem como a carga microbiana, evitando a existência de fungos produtores de microtoxinas, cuja presença se pretende reduzir.
No caso concreto da amêndoa, a sua casca mais exterior (capota), que representa cerca de 50% do fruto, deve ser removida imediatamente após a colheita (em Agosto e Setembro). A capota da amêndoa, também denominada cascarão ou casca verde, consiste no epicarpo e mesocarpo do fruto da amêndoa e tem uma composição química cujo valor nutricional e palatabilidade é muito interessante para a alimentação animal de ruminantes, entre muitas outras valências.
Quais são os novos desafios deste sector? É necessário reforçar o investimento nesta área, permitindo a transformação dos produtos por forma a criar mais valor na fileira dos frutos secos, embora já se comece a sentir alguma dinâmica agroindustrial em Portugal com o aparecimento de unidades fabris, nomeadamente para a amêndoa, noz e avelã.
“A próxima etapa passa pela instalação de Unidades de Processamento de Frutos Secos junto da Produção”
Estas unidades de transformação do produto podem começar por ser pequenas unidades de despelagem (remoção da primeira casca verde da amêndoa ou noz), secagem, calibragem, laminagem, embalamento, refrigeração, etc. que garantam uma melhor qualidade do fruto seco, criando uma mais-valia no produto final, aumentando o seu valor económico e assegurando uma maior alternativa de escoamento.
Com a instalação destas unidades de transformação de frutos secos, os produtores, as organizações de produtores (OP) e as associações de produtores de frutos secos tornam-se cada vez mais competitivas. O seu produto final é de melhor qualidade, tem um preço superior e, consequentemente, apresenta uma garantia de escoamento do produto mais rápida e valorizada.
Estes projectos de unidades fabris de despelagem e secagem são, a par de outros, comparticipados no âmbito de candidaturas a fundos comunitários, pelo que são investimentos que acabam por obter um retorno muito interessante, em comparação com outros investimentos.
A Hidro-Ibérica continua a apostar forte no crescimento da parceria com os seus Clientes e acredita que a produção de frutos secos terá de ser acompanhada pela instalação de unidades de processamento a implantar dentro ou próximo da exploração agrícola.
Para tal, a Hidro-Ibérica criou uma nova unidade de negócio destinada a instalar unidades fabris de limpeza e despelagem de frutos secos, consistindo numa representação das Marcas GARRIGA e ESTUPIÑA, dois fabricantes/industriais catalães, com largos anos de experiência nesta área e inúmeras unidades instaladas na Europa e algumas em Portugal, com dimensões que vão desde as pequenas unidades (500kg/h) às médias unidades (1000kg/h) e às grandes unidades de processamento (2.000 a 4.000kg/h ou maiores). A Hidro-Ibérica e a sua equipa de técnicos, em articulação com estes fabricantes, dimensiona, projeta e instala unidades de processamento em função das necessidades do cliente.