Reportagem da SIC revela que cadeias de distribuição compram os hortícolas mais baratos do que o faziam há sete anos. No entanto, os produtores queixam-se de vender abaixo dos custos de produção.
Os supermercados poderão estar a inflacionar os preços dos legumes. As cadeias de distribuição compram os hortícolas mais baratos do que o faziam há sete anos, no entanto, os produtores queixam-se de vender abaixo dos custos de produção. Para os consumidores, os preços continuam bastante mais elevados.
Dos adubos aos combustíveis, a fatura para os produtores sai cada vez mais cara. Na Lourinhã, queixam-se de estarem a suportar os aumentos, mesmo com o custo dos alimentos a aumentar para o consumidor final.
Segundo o INE, no primeiro trimestre de 2022, os supermercados compraram hortícolas aos agricultores 11% mais baratos que há sete anos. No entanto, na venda ao público, aumentaram 7%, pelo que estão a cobrar mais aos consumidores.
Para os agricultores, é necessário que os supermercados comprem mais caro aos produtores.
“Se os preços não subirem, mais de metade da atividade agrícola vai parar”, garante Domingos dos Santos, da FrutOeste.
Quando confrontada com estes números, a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição argumenta que, “na maior parte das vezes, o setor não compra diretamente aos produtores, mas sim a organizações de produtores, pelo que não têm qualquer fundamento as acusações feitas em relação ao esmagamento de margens”.
A associação prevê que, nos próximos meses, os preços dos bens essenciais possam aumentar ao consumidor entre 30 a 35%.