Áreas protegidas: o que precisamos de fazer até 2030

Preservar. Até ao final da década, a UE quer 30% do território em regime de proteção. Portugal já tem 22%, mas peritos avisam que falta vontade política, mais envolvimento das comunidades e financiamento para lá chegar

A cada dia que passa sem ações de conservação e preservação da natureza o risco para a extinção de espécies e habitats aumenta. De acordo com um relatório publicado pela ONU em 2019, dos oito milhões de espécies conhecidas no mundo, cerca de um milhão está seriamente ameaçada e em vias de desaparecer. “Preservar o território e a sua biodiversidade é garantir, em primeira análise, a nossa sobrevivência”, afirma Nuno Banza, presidente do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que alerta, porém, que sobreviver não chega. É preciso garantir “qualidade de vida”, e isso obtém-se, em grande medida, através da proteção da biodiversidade em território nacional.

Portugal tem feito um percurso que os especialistas consideram ser positivo, ainda que com dificuldades. As principais, apontam, passam pela falta de vontade política na implementação de estratégias concretas e eficazes, mas sobretudo pela insuficiência de mecanismos de financiamento. As queixas são dos peritos que participaram no lançamento da Missão Natureza 22, uma iniciativa do ICNF, que definiu sete objetivos a desenvolver até 2027 e que contou com representantes de produtores florestais, organizações não-governamentais e outros agentes ligados à defesa do território. Divididos em grupos de trabalho, numa espécie de think tank da biodiversidade, os participantes ajudaram a definir metas e medidas para lá chegar. “Estes agentes conseguiram, em duas horas e meia de trabalho intenso, encontrar um conjunto de objetivos, de metas e de metodologias”, explica José Carlos Ferreira, investigador na área da sustentabilidade da Faculdade de Ciên­cias e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.

A par desta estratégia nacional, pretende-se ir ao encontro das metas definidas pela União Europeia no plano Biodiversidade 2030 — a inclusão de 30% do território europeu em áreas protegidas e que, destes, 10% sejam áreas de proteção estritas —, mas também reverter a tendência negativa de conservação de 30% das espécies e habitats em risco. Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente e da Ação Climática, reconheceu no evento que será “bastante difícil” cumprir o desígnio e […]

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