Trabalhadores sazonais no programa de mobilidade laboral da Austrália para o Pacífico, que inclui Timor-Leste, poderão em breve levar as famílias para o país, anunciou a ministra dos Negócios Estrangeiros australiana.
“Obviamente, queremos fazer mais com o Regime do Trabalho do Pacífico, queremos que as pessoas possam trazer as famílias com o visto de longo prazo”, disse Penny Wong, de visita às ilhas Fiji, citada pela imprensa local.
“As pessoas dizem que o programa tem muitos benefícios para eles, mas que é muito difícil deixar a família por tanto tempo. Temos um visto que permitiria residência permanente e que queremos implementar”, explicou.
Em abril deste ano, o Governo australiano confirmou a criação de um novo regime de mobilidade laboral da Austrália para o Pacífico, conhecido pela sigla em inglês PALM, que “permitirá que trabalhadores do Pacífico e de Timor-Leste possam ter acesso a vistos de maior duração para permanecerem na Austrália até quatro anos”.
O PALM “permitirá aos trabalhadores expandir as suas competências e enviar remessas acrescidas para casa”, além de lhes dar acesso a qualificações formais em áreas como os cuidados de idosos, cuidados de deficiência, aquicultura e construção, através duma parceria entre os governos da Austrália, das ilhas do Pacífico e de Timor-Leste.
Os trabalhadores timorenses têm “contribuído para sustentar a indústria agrícola na Austrália, particularmente durante a [pandemia da] covid-19, ao mesmo tempo que melhoraram o sustento das suas famílias e comunidades em Timor-Leste”, disse recentemente à Lusa a embaixadora timorense em Camberra, Inês Almeida.
Milhares de timorenses já conseguiram trabalhos sazonais em vários pontos da Austrália desde 2012, quando uma parceria nesta área começou entre os dois países.
Entre as reformas abrangidas na nova versão do programa contam-se a introdução de um visto único para trabalhadores sazonais e de longa duração do Pacífico e de Timor-Leste e o acesso a um visto opcional de trabalho de longo prazo, além de apoios aos trabalhadores que regressem a casa.
A eliminação dos limites de recrutamento para os empregadores existentes com um bom histórico de participação no programa e maior presença regional para apoiar empregadores e trabalhadores são outras reformas.
São ainda eliminadas as restrições setoriais, permitindo que “todos os empregadores com necessidades de mão-de-obra sazonal nas zonas regionais e rurais possam solicitar o acesso ao regime”.