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Kiev diz ter recuperado aldeia perto de Kherson, de onde saem cereais para a Rússia

A Ucrânia anunciou ter recuperado o controlo de uma aldeia perto de Kherson, cidade sob controlo russo, desde o início de março, no sul do país, perto da península da Crimeia.

“O inimigo deixou a aldeia de Mykolaivka, no norte da região de Kherson”, indicou o exército ucraniano, num boletim publicado segunda-feira à noite, referindo-se à retirada “em pânico” de soldados russos.

As informações sobre a guerra na Ucrânia divulgadas pelas duas partes não podem ser verificadas de imediato por fontes independentes.

As autoridades pró-russas de Kherson anunciaram na segunda-feira que começaram a vender cereais à Rússia.

O chefe-adjunto da administração civil e militar local, Kiril Stremousov, disse à agência de notícias russa Ria-Novosti que Kherson está a enviar pela primeira vez a produção de cereais para a península ucraniana da Crimeia, anexada por Moscovo em 2014.

A Ucrânia acusou a Rússia de roubar cereais armazenados em celeiros nas cidades controladas pelas tropas de Moscovo.

Segundo Kiev, Moscovo também utiliza portos da Crimeia e, especificamente, a cidade costeira de Sevastopol, para exportar ilegalmente cereais para países terceiros.

A região de Kherson está quase totalmente sob controlo russo e as forças locais pró-russas têm pedido a anexação formal por parte da Rússia.

Na semana passada, o Presidente russo, Vladimir Putin, simplificou a concessão de cidadania russa a habitantes de Kherson e da região vizinha de Zaporijia, consideradas estratégicas para um corredor terrestre com a Crimeia, anexada pela Rússia.

A guerra na Ucrânia provocou uma subida dos preços da energia e de bens essenciais a nível mundial, agravada pelas perturbações das exportações de produtos agrícolas ucranianos.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de quatro mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de oito milhões de pessoas, das quais mais de 6,6 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.


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