Mais de 10,9 milhões de pessoas no Sudão sofrem de fome extrema, quase 30 por cento da população, situação agravada pelos efeitos da guerra na Ucrânia, advertiu hoje a FAO.
O problema está a ser agravado pelos efeitos da guerra na Ucrânia e o seu impacto na cadeia de abastecimento, especificamente o corte no abastecimento de trigo, que provocou um aumento de 180% nos preços locais em relação ao ano passado, explicou a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) numa declaração.
O conflito armado no país, a seca, os efeitos da pandemia de covid-19, a instabilidade económica na região e as pragas das culturas são as principais causas da crise alimentar no Sudão.
Em resposta a esta crise, a agência da ONU lançou um pacote de ajuda para “restaurar a segurança alimentar e nutricional nas comunidades agrícolas afetadas”.
O fundo de 12 milhões de dólares (11,2 milhões de euros), financiado pelo Fundo Central de Resposta a Emergências (CERF) da ONU, será gasto em suprimentos de emergência tais como sementes, vacinas e ferramentas, entre outros.
Especificamente, cerca de 180.000 famílias de agricultores e 900.000 pessoas nas regiões mais vulneráveis receberão esta assistência para os ajudar a prepararem-se para a época de plantio de junho e a tornarem os seus sistemas de produção mais resistentes.
Para ajudar o resto da população que vive numa situação de emergência alimentar, a FAO recordou que são necessários mais 35 milhões de dólares (32,7 milhões de euros) para atingir todos os afetados antes que a situação se agrave, influenciada pelo mercado internacional.