Na ausência daqueles que até aqui eram grandes fornecedores de cereais, é preciso encontrar alternativas para garantirmos a segurança alimentar em Portugal. Mas aquelas que parecem mais óbvias podem ser as mais onerosas, entre outros mitos a quebrar.
A invasão da Ucrânia pela Rússia no final de fevereiro fez com que o business as usual destes dois enormes exportadores de cereais tivesse um final abrupto. Ambos são responsáveis pela exportação de 30% do trigo e da cevada mundiais e o bloqueio de 22 milhões de toneladas de cereais nos portos ucranianos controlados por Moscovo já está a lançar milhões para a fome. Entretanto, Moscovo já terá começado a venda de cereais roubados a países que deles necessitam e a distribuir cereais pilhados a regimes amigos, como o da Síria. E isto num mundo saído de uma pandemia que debilitou as cadeias de abastecimento de tal forma que deu origem, em 2021, a um ciclo de subida de preços a um ritmo nunca visto pela gerações mais novas. […]