O Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (IFAD, na sigla em inglês) anunciou hoje a abertura na capital queniana, Nairobi, de uma representação regional que vai assistir 22 países da África Austral e Oriental, entre os quais Angola e Moçambique.
O objetivo primordial é ajudar a reduzir a fome e a pobreza através do apoio a pequenos agricultores daquelas duas regiões do continente africano.
“A abertura do escritório regional é um marco fundamental para o processo de descentralização do IFAD, que pretende aproveitar as conquistas já alcançadas nos últimos 40 anos”, disse na cerimónia de abertura Guoqi Wu, vice-presidente associado do Fundo, segundo o comunicado de imprensa.
Segundo Guogi Wu, o reforço da presença do IFAD nas duas regiões africanas “representa uma demonstração do compromisso de chegar aos mais marginalizados”.
No comunicado salienta-se que na África Austral e Oriental, a agricultura é o maior setor, empregando 65% da força de trabalho e respondendo por mais de 30% por cento do PIB da região.
“Milho, trigo, arroz, milhete [milho de grão miúdo], batata e mandioca são os principais produtos agrícolas do comércio, gerando uma receita anual estimada em 50 mil milhões de dólares [46,7 mil milhões de euros]. Infelizmente, houve um declínio na produção agrícola desencadeado por choques como mudanças climáticas, covid-19 e conflitos”, destaca-se na nota.
Sara Mbago-Bhunu, diretora Regional do IFAD para a África Austral e Oriental, salientou que a representação regional “tornará mais fácil para o Fundo catalisar investimentos públicos e privados na agricultura para beneficiar as comunidades e empresas rurais nos 22 países” abrangidos.
“Isso não apenas ajudará a posicionar o IFAD como líder na transformação de sistemas alimentares, mas também permitirá que a instituição amplie abordagens novas e inovadoras”, acrescentou.
Os 22 países que serão cobertos pela nova representação regional são Angola, Botsuana, Burundi, Comores, Eritreia, Essuatíni, Etiópia, Quénia, Lesoto, Madagáscar, Malaui, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Ruanda, Seicheles, Sudão do Sul, Tanzânia, Uganda, Zâmbia e Zimbabué.
“Hoje, a região tem 50 projetos e programas apoiados pelo IFAD em curso, avaliados em 4,2 mil milhões de dólares [3,9 mil milhões de euros], distribuídos por 17 países”, conclui a nota.