Quando passam cinco anos sobre os acontecimentos de Pedrógão Grande, o presidente da AGIF – Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais alerta que “os incêndios com a dimensão e a escala de propagação” semelhante tenderão a repetir-se. Porém, Tiago Oliveira, que admite estarmos perante um “verão que vai ser complicado, “as consequências do evento não devem ser tão trágicas” como em 2017, porque desde então muito trabalho foi feito para o evitar
Tiago Oliveira, que lidera a AGIF – Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, uma entidade que surgiu na sequência das recomendações das duas comissões que investigaram os incêndios de 2017, é claro quanto ao risco de o País poder assistir a catástrofes como a que aconteceu em Pedrógão Grande há precisamente cinco anos.
“Não é um pode. E também não é um se. Aquilo vai voltar a repetir-se. A questão é: as consequências do evento não devem ser tão trágicas como foram, porque a Proteção Civil e as entidades que têm a gestão operacional do dispositivo [de combate a incêndios] foram muito reforçadas com meios humanos e materiais, com mais formação, e têm mais conhecimento para tomar melhores decisões”, assegurou o responsável da AGIF, no Irrevogável, o programa de entrevista da revista VISÃO.
Contudo, se essas mesmas entidades, perante um evento igual, “vão tomar as melhores decisões, informar, evacuar as pessoas a tempo, é uma questão que tem de ser acompanhada e monitorizada”. Além disso, há um trabalho a montante, na área da prevenção que é preciso realizar, onde se inclui a correção “da desorganização, do desordenamento e das políticas que levaram à má gestão de um conjunto vasto de património [natural], que envolvem não só o Estado, como os privados e as empresas que exploram os territórios”.
“A paisagem e o território permanecem com muita gestão por fazer. Há incentivos financeiros, jurídicos, fiscais e de mercado que não estão demarcados, ao ponto de se limitar a transformação […]