Joaquim Sande Silva alerta para o facto de, nas áreas afetadas pelos incêndios em Pedrógão, existir agora um domínio quase completo de eucaliptos abandonados que são “verdadeiros matagais”.
Cinco anos depois da tragédia em Pedrógão Grande, pouco mudou na estratégia nacional de combate aos fogos florestais, mantendo-se a estrutura e os princípios daquela altura. À TSF, o investigador Joaquim Sande Silva, que fez parte da Comissão Técnica Independente que analisou aquele incêndio, desenhou uma radiografia negativa do que se fez desde então, lamentando que as alterações entretanto levadas a cabo tenham complicado ainda mais o sistema.
“A estrutura e os princípios mantêm-se basicamente iguais àquilo que tínhamos em 2017. Ou seja, [temos] uma força de combate essencialmente baseada no voluntariado. As coisas não mudaram muito”, critica o especialista, apontando que a força de bombeiros sapadores a cargo do Instituto de Conservação e da Natureza (ICNF), entretanto criada, e que tem as suas “virtudes”, veio “complicar ainda mais o sistema”.
“Para além dos bombeiros voluntários e profissionais, existem forças associadas à GNR, forças associadas aos sapadores florestais, agências privadas, nomeadamente associadas às empresas da celulose. O sistema está extraordinariamente complicado”, explica […]