Anipla 30 anos

O Regulamento do Uso Sustentável deve adotar a inovação como seu principal facilitador

Podemos contribuir para a redução do uso e do risco de produtos fitofarmacêuticos, continuando a inovar e a disponibilizar soluções que protejam as culturas de infestantes, pragas e doenças

Ficou a conhecer-se hoje a revisão final do Regulamento Para Uso Sustentável de Produtos Farmacêuticos. Para que as metas de redução sejam exequíveis e realistas, devem ser práticas, baseadas em evidências e ter em consideração quaisquer iniciativas de redução históricas relevantes. A definição de metas arbitrárias ignora os esforços significativos que os estados-membros têm feito para reduzir o uso e o risco de produtos fitofarmacêuticos, bem como as várias condições agronómicas em toda a Europa.

O diretor-geral da CropLife Europe, Olivier de Matos, acrescentou «uma abordagem única que para todas as metas de redução não é prática. Se queremos verdadeiramente transformar o sistema, não podemos estabelecer metas arbitrárias que acabam por alienar as pessoas que produzem alimentos saudáveis e sustentáveis todos os dias, para os cidadãos europeus e não só. Acreditamos firmemente que reduzir o impacto da agricultura não significa reduzir as ferramentas disponíveis para os agricultores. É necessário discutir os instrumentos necessários para essa transição, pelo que o RUS deve abraçar a inovação como seu principal facilitador».

Os diferentes regulamentos não devem operar isolados, se quisermos cumprir os objetivos do Green Deal. Portanto, quaisquer metas sugeridas devem garantir que existem opções alternativas viáveis e eficazes no mercado e devem basear-se em estudos de impacto nacionais que levem em consideração as condições agronómicas e climatológicas de cada país antes de definir os objetivos de redução.

As soluções de agricultura digital e de precisão, bem como os biopesticidas e outras tecnologias, devem ser reconhecidos como ferramentas essenciais para cumprir a estratégia Do Prado ao Prato, uma mensagem que a ANIPLA, enquanto representante da indústria em Portugal, tem reforçado fortemente ao longo dos últimos anos. A adoção destas ferramentas deve ser explicitamente incentivada e apoiada no novo Regulamento de Utilização Sustentável (RUS), ou através de outros instrumentos complementares, a fim de permitir que os agricultores da UE trabalhem com êxito no sentido de alcançar as metas de redução propostas.

Olivier de Matos acrescentou «a nossa indústria considera que a inovação tem muitas das respostas para os desafios atuais que enfrentamos, pelo que, continuamos empenhados em fornecer aos agricultores as ferramentas inovadoras que lhes permitam proteger as suas culturas de infestantes, pragas e doenças».

A CropLife Europe está empenhada em promover um diálogo cada vez mais alargado e em apoiar na disponibilização das ferramentas necessárias aos agricultores europeus, pelo que, esta proposta é mais uma oportunidade para discutir e promover abertamente o papel dessas ferramentas e a possibilidade que o setor tem de as utilizar a favor de um abastecimento alimentar ainda mais seguro e sustentável. Uma missão inteiramente subscrita pela ANIPLA, que a propósito da apresentação desta nova proposta, partilha com todos os intervenientes do setor a sua vontade e intenção de cooperação permanente com os organismos europeus e medidas apresentadas, «em prol de uma atividade agrícola cada vez mais segura, que respeita o ambiente e que assegura as necessidades de todos os cidadãos. É por isso urgente que estas metas acompanhem com o máximo rigor e precisão as necessidades específicas de cada país, sendo capazes de adaptar-se a diferentes contextos e de permitir que através da ciência, inovação e avanços tecnológicos, os profissionais do setor sejam capazes de, com as ferramentas adequadas, alcançar as metas desenhadas», acrescenta João Cardoso, Diretor Executivo da ANIPLA, no âmbito da apresentação desta nova proposta.


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