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OCDE: Subsídios agrícolas europeus não se focaram suficientemente na sustentabilidade

Um novo relatório da OCDE considera que, apesar dos gastos agrícolas da União Europeia em ação climática serem elevados, tal não levou a reduções na emissão. O relatório apela ainda para um aumento da produtividade de forma sustentável através de inovação, relata o portal Euractiv.

De acordo com os autores do relatório, o principal problema dos gastos ambientais da Política Agrícola Comum (PAC) é o facto de não estar ligado a objetivos claros de redução de emissões.

Para que o setor contribua para os objetivos consagrados no pacote climático “Fit for 55”, esses fundos devem “associar-se às metas de redução de emissões agrícolas a nível nacional e comunitário”, recomenda o relatório.

“Para mim, a questão fundamental continua a ser que o que temos vindo a fazer na Europa que tem sido oferecer medidas voluntárias [de sustentabilidade]”, disse o professor emérito da política agrícola europeia, Alan Matthews.”No final do dia, não há realmente nenhum sinal para os agricultores dizerem: olha, este é realmente um custo real para nós como sociedade e para o planeta.”

Segundo a OCDE, os regimes de incentivos voluntários que entrarão em vigor na PAC, a partir de 2023, não são suficientes. O relatório compara igualmente as políticas agrícolas de 54 países, revelando que a UE não é a única a não utilizar eficazmente o apoio financeiro ao setor agrícola para a ação climática.

“Os apoios públicos para a agricultura atingiram níveis recorde, mas a proporção de financiamento utilizado para impulsionar o crescimento sustentável da produtividade diminuiu”, explicou a chefe da direção da OCDE para o comércio e agricultura, Marion Jansen.

A contribuição do orçamento da UE para a ação climática na agricultura foi sobrestimada em cerca de 60 mil milhões de euros, de acordo com o novo relatório de auditoria. Alerta-se ainda para algumas medidas tomadas em resposta à guerra da Ucrânia, cujas consequências podem ser “contraproducentes”.

“O afrouxamento das normas ambientais para impulsionar a produção nacional pode ter efeitos procíclicos e vir à custa da sustentabilidade”, alertam os investigadores.

O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.


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