Falta ao pagamento das ajudas no final de Junho e recusa alargar prazo de candidaturas à electricidade verde
O Ministério da Agricultura volta a complicar a vida aos agricultores ao não cumprir com o prometido adiantamento de parte das ajudas da PAC até ao final do mês de Junho.
Depois de um processo de candidaturas complicado e discriminatório das pequenas e médias explorações que não possuíam registo no IFAP, os agricultores ficam mais uma vez à espera do prometido adiantamento das ajudas (a que já tinham direito) que iria conferir um reforço temporário de liquidez às suas explorações.
Esta falta de cumprimento por parte do Ministério da Agricultura, que já tinha prometido pagar em Maio e depois passou para Junho, é inaceitável num período em que se somam dificuldades sobre dificuldades para os agricultores, aflitos com a seca e com os enormes custos de produção.
Assim como é inaceitável a recusa do Ministério da Agricultura face ao pedido da CNA para prolongar o período de candidaturas ao apoio aos custos com a electricidade verde.
Depois de ter demorado meio ano a operacionalizar a medida – desrespeitando a Assembleia da República – a medida lá foi despachada, mas, mais uma vez, de forma atribulada e a deixar para trás os pequenos e médios agricultores.
Com as duas semanas iniciais de candidaturas a decorrerem com enormes constrangimentos, com critérios de selecção a excluir as pequenas explorações agrícolas familiares e com o sistema a impedir candidaturas no último dia do prazo (30 de Junho), o Ministério da Agricultura recusou prolongar o período de candidaturas. Só nos resta concluir que nunca houve grande vontade do Ministério da Agricultura em concretizar esta medida de apoio aos agricultores.
Mas quem ouvir a Sra. Ministra da Agricultura a falar na comunicação social – e até em iniciativas públicas – pensa que chovem milhões para os agricultores… Mas nem água, nem ajudas.
Faltam praticamente todas as medidas anunciadas para apoiar os agricultores.
As que inicialmente eram para ajudar a mitigar os efeitos da seca não vieram, sendo depois anunciadas para minimizar os impactos da guerra na Ucrânia, mas também ainda não chegaram aos agricultores. Agora há despachos a reconhecer a seca, mas a verdade é que meses depois os agricultores continuam desesperadamente à espera.
Sra. Ministra da Agricultura, isto não vai lá com palavras ao vento e os agricultores não podem mais esperar!
Coimbra, 1 de Julho de 2022
A Direcção da CNA