Protocolo estabelecido entre a REN, a Câmara Municipal de Vieira do Minho e duas associações vai utilizar a alimentação dos cavalos da raça garrano para prevenir incêndios na serra da Cabreira. Outro dos objectivos passa por preservar a raça autóctone que em 50 anos perdeu mais de 58 mil cavalos.
A serra da Cabreira é mais um daqueles lugares no Minho onde a paisagem, com vista privilegiada sobre o rio Cávado e dona de uma flora ímpar, domina o olhar. É também lá, no ponto mais elevado do concelho de Vieira do Minho, que está parte dos cavalos da raça garrano. Em dias de calor intenso, como nesta quinta-feira, o cavalo, que se distingue pelo porte pequeno, cor castanha e passo invulgar, esconde-se à sombra e poucas vezes se mostra. Mas, como o dia era cerimonial, alguns dos garranos selvagens que pertencem à manada de 300 que habita a serra lá deram um ar de sua graça e, pouco depois das 16h, já se mostravam nas pastagens.
Nos próximos três anos, através da implementação de 25 quilómetros de vedação, da criação de bebedouros e da plantação de espécies arbustivas autóctones, a rotina alimentar dos garranos – os quais comem, em média, 25 quilos de alimento por dia -, vai ser responsável pela prevenção de incêndios nos mais de 100 hectares da serra, ao mesmo tempo que serão criadas condições para a preservação de uma raça que está em extinção – há 50 anos, havia 60 mil garranos, hoje são pouco menos de 1500. É este o resultado de um protocolo, estabelecido esta quinta-feira entre a REN (Redes Energéticas Nacionais), a Câmara Municipal de Vieira do Minho, a ACERG (Associação de Criadores de Equinos da Raça Garrana) e a APOSC (Associação Para o Ordenamento da Serra da Cabreira), que pretende fazer dos cavalos verdadeiros agentes preventivos de incêndios.
“É um projecto […]